Médicos do hospital São Marcos paralisam atividades no dia 22

Atualmente mesmo com funcionários em greve, atendimento é realizado conforme nível de gravidade.

A crise que afeta os hospitais da Região e se agrava a cada dia que passa, caminha para mais um capítulo dramático em Nova Veneza.

Com a falta de repasse dos salários que deveriam ter sido pagos na última-terça, 6, pelo Isev, gestor da instituição, os trabalhadores do Hospital São Marcos de Nova Veneza paralisaram as atividades na quarta-feira, 7, mas conforme a classificação do estado de gravidade do paciente o atendimento ainda é realizado, mas isso até o próximo dia 22, data limite estabelecida pelos médicos do corpo clínico, para que o Isev quite com os profissionais, as dívidas com honorários e encargos trabalhistas. Após data, somente atendimentos referenciados pelo Samu, terão atendimento.

Indagado pelo Portal Veneza sobre a situação, o diretor do Hospital São Marcos, Danilo Pavarini, afirmou que não sabia da decisão dos médicos e que irá aguardar ser comunicado oficialmente para depois se pronunciar.

Sem esperanças com Isev

Funcionários consultados pelo Portal Veneza, não acreditam que o Instituto, devido ao tamanho da crise, vá conseguir honrar com os compromissos financeiros, para se ter uma ideia, falta de tudo no hospital, desde medicamentos básicos, ou uma simples bandagem para curativos.

A solução a curto prazo e já sabida pelo prefeito eleito, Rogério Frigo, seria assumir o pronto atendimento, uma vez que manter o serviço é de responsabilidade da prefeitura, mas a ação custaria ao município aproximadamente mais R$ 50 mil mensais, além dos atuais R$ 116 mil repassados mensalmente.

Caso o Isev devolva o Hospital para a congregação das Irmãs Beneditinas da Divina Providência, de quem o instituto alugou a estrutura em 2014, as religiosas terão que tomar uma decisão; reassumir a administração do Hospital, alugar a estrutura ao município, ou fechá-lo. Uma outra alternativa a ser adotada, seria o modelo de cooperativa, onde a população em parceria com a prefeitura, banque os serviços com uma mensalidade, em um sistema parecido com um plano de saúde tradicional.

Ao contrário do que muita gente acredita, baseados na Lei Municipal 954 de 23 de outubro de 1990, a Congregação não precisará devolver o prédio ao município, caso as irmãs decidam dar outra finalidade a estrutura; pois a Lei 959 aprovada 14 dias após a 954, modificou o parágrafo 2º, limitando a regra que antes não possuía prazo de validade, para 10 anos. “O imóvel a ser doado, destina-se ao funcionamento do Hospital São Marcos, sendo que a donatária não poderá mudar a sua finalidade por 10 (dez) anos, sem prévia consulta ao município,” ou seja, já se passaram 26 anos, logo, a Congregação poderá dar o destino que bem entender a estrutura do Hospital São Marcos.

Willians Biehl

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