Em audiência pública, neovenezianos se posicionam contra o tráfego de caminhões pesados pelo município

Empresa que se instalará em Siderópolis pretende transitar com caminhões pelo perímetro urbano de Nova Veneza

A audiência pública para tratar do tráfego de caminhões pesados por Nova Veneza, principalmente nos bairros Eliza e Bortolotto, devido a instalação de uma empresa de britagem em Siderópolis, lotou a Casa Legislativa na noite desta terça-feira, 25.

No início de setembro, no dia 4, uma reunião foi realizada entre os vereadores, representantes do executivo e Polícia Militar, para avaliar o requerimento enviado pela empresa Colombo Retroterra, que detalha os locais por onde os caminhões da empresa trafegariam por Nova Veneza. Nesta reunião ficou definido o agendamento de uma audiência pública para que a população pudesse também participar desta decisão.

A audiência pública foi realizada após o término da sessão ordinária desta terça-feira, e contou com a participação do prefeito municipal Rogério Frigo, vice prefeito, Zé Spillere, secretário de planejamento e urbanismo, Lodejane Zanoni, procurador de Nova Veneza, Ricardo de Souza Mello, comandante do destacamento da Polícia Militar de Nova Veneza, Andrey Claudio Teixeira, presidente da Câmara de Vereadores, Eloir Minatto, o Biro Biro, vereadores em exercício, licenciados e suplentes, lideranças de bairros, população neoveneziana e visitantes.

Para o presidente da Câmara de Vereadores, Eloir Minatto, o Biro Biro, a realização desta audiência pública é muito importante. “Nós temos que ouvir a população. A empresa também pode se manifestar se quiser. Todos têm o direito de usar a palavra. Assim vamos tomar uma decisão, fazer os encaminhamentos que forem melhor para o município. A cidade tem que se desenvolver, mas isso tem que ser discutido junto com a população, com as pessoas que talvez serão um pouco mais afetadas”, disse o presidente no início da solenidade da audiência.

O prefeito Rogério Frigo também se manifestou afirmando que fez questão da realização da audiência pública para ouvir a comunidade. “A decisão vai caber a população. Vocês vão ter o direito de se manifestar, então não temam, não tenham vergonha, porque depois da decisão não adianta nós reclamarmos. Nós não somos contra o desenvolvimento, mas essa empresa que vai praticar esse trabalho, ela vai estar instalada no município de Siderópolis, nosso vizinho. Pode ser que seja contratado um funcionário de Nova Veneza, ou de Criciúma, e de Siderópolis, isso é ótimo, geração de emprego, mas os impostos eles não vão vir nada para Nova Veneza, nenhum centavo”, comentou o prefeito municipal.

Mediante a inscrição durante a audiência, cada pessoa teve três minutos para fazer uma manifestação sobre o assunto debatido. A maioria dos comentários foram feitos pelos moradores de Nova Veneza, que se posicionaram contra ao tráfego dos caminhões, preocupados com os danos nas ruas, das residências e com a segurança das pessoas. Apenas uma das manifestações públicas, foi realizada por um visitante, morador de Criciúma, que alegou não ver problema no tráfego dos caminhões, desde que a empresa se comprometa com os estragos das vias e demais danos.

O neoveneziano Evandro Boaroli, é um dos que também não concorda com o tráfego dos caminhões, pelo menos não pela rota que a empresa está apresentando, e lembrou de um fato que a população foi extremamente necessária para uma decisão tão importante quanto esta. “Nós não devemos aceitar de forma alguma essa passagem dos caminhões. Em 1997, Nova Veneza brigou muito para que não se instalasse uma mina de carvão em Nova Veneza, e graças a esse povo, nós conseguimos que essa mina não fosse instalada aqui, porque era outra situação que ia trazer o caos para Nova Veneza. Então, nós temos que pensar muito bem. Não é que não queremos que a empresa se instale lá, só queremos que achem um caminho que não atrapalhe a beleza de Nova Veneza”, pontuou Boaroli.

Após todas as pessoas inscritas falarem, foi aberto também o espaço para que a empresa se pronunciasse. Na oportunidade, Nei Colombo, integrante da diretoria da Colombo Retroterra, fez uso da palavra iniciando seu discurso agradecendo a participação da comunidade. “Eu entendo tudo que a população está colocando, e nós procuramos fazer as coisas com muita seriedade. Já levamos inclusive alguns representantes ali na unidade. Garanto aos senhores que é uma unidade diferente de todas do Sul do Brasil. Nós assumimos o compromisso de respeitar o peso. Eu garanto que vamos  respeitar o Código de Trânsito Brasileiro como sempre o fizemos. Infelizmente nós não temos outro acesso para passar, esse é o único que nós temos e infelizmente nós não temos um plano B. Desde o começo de todos os estudos, nós fizemos um estudo viário da implantação da unidade, e infelizmente essa é a única alternativa que nós temos hoje”, relatou Colombo.

Rafaela Trombin Maciel