Condenação criminal, mesmo não transitada em julgado, pode tornar candidato inelegível

Esta foi uma das hipóteses de inelegibilidade apresentadas pelo Promotor de Justiça Pedro Roberto Decomain na etapa de Lages dos Seminários Regionais Eleições 2016. Nesta quarta-feira ,27, é a vez de Rio do Sul receber o evento.

Nesta terça-feira ,26, Lages deu início à última rodada dos Seminários Regionais Eleitorais 2016. No evento, um público de cerca de 80 pessoas – formado por Promotores, Juízes e Chefes de Cartório Eleitorais, pré-candidatos e representantes de partidos políticos, jornalistas e comunidade em geral – puderam sanar suas dúvidas com alguns dos maiores especialistas do Estado em legislação eleitoral. Na quarta-feira ,27, o evento será realizado em Rio do Sul e na quinta-feira ,28, Blumenau encerra o ciclo do evento promovido pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC).

Na abertura dos Seminários, o Coordenador do Centro de Apoio Operacional da Moralidade Administrativa (CMA) do MPSC, Promotor de Justiça Samuel Dal-Farra Naspolini (em pé, na foto ao lado), destacou que o evento tem como objetivo instrumentalizar todos os agentes do processo eleitoral a fim, em primeiro lugar, de prevenir as ocorrências de ilícitos eleitorais e, quando estes acontecerem, facilitar sua identificação e a tomada das providências legais. Na parte da manhã, a programação é voltada para Promotores de Justiça, Juízes, Chefes de Cartórios Eleitorais. À tarde, os seminários são abertos ao público em geral, destinando-se à orientação de representantes de partidos políticos, de integrantes dos meios de comunicação e sociedade.

Um dos temas abordados no evento foram as causas de inelegibilidade, explorado pelo Promotor de Justiça Pedro Roberto Decomain (foto ao lado), autor do livro “Eleições – Comentários à Lei N° 9.504/97” (disponível na íntegra).

Uma das causas explicadas por Decomain, foi a inelegibilidade por condenação criminal. De acordo com o Promotor de Justiça, a premissa para que a condenação criminal resulte na inelegibilidade do candidato é que tenha sido proferida por órgão colegiado. “O candidato está inelegível a partir da decisão colegiada. Quando a decisão transitar em julgado, ele tem os direitos políticos suspensos: ou seja, além de não poder ser votado, também não poderá votar”, acrescenta, lembrando que esta situação perdura por oito anos após a conclusão do cumprimento da pena.

O palestrante ressaltou ainda, que nem todas as condenações criminais colegiadas são causa de inelegibilidade. “Estão excluídos os crimes culposos, os de menor potencial ofensivo e os de ação privada”, esclareceu. O Promotor de Justiça abriu, ainda, uma questão: “As condenações do Tribunal do Júri, apesar de não serem de segundo grau são colegiadas e, a meu ver, por si só já tornam o pretenso candidato inelegível”, considerou Decomain.

Na parte da manhã, a programação será voltada para Promotores de Justiça, Juízes, Chefes de Cartórios Eleitorais. À tarde, os seminários serão abertos ao público em geral, destinando-se à orientação de representantes de partidos políticos, de integrantes dos meios de comunicação e sociedade. Todos os encontros acontecerão das 9h às 18h.

Os Seminários Regionais Eleições 2016 são produto da parceria entre o Ministério Público de Santa Catarina, Ministério Público Federal, Tribunal de Contas do Estado de Santa Catarina, Tribunal Regional Eleitoral/Escola Judiciária Eleitoral, Poder Judiciário do Estado de Santa Catarina/Academia Judicial, Escola da Magistratura e Escola do Ministério Público.

 MPSC