Ana Paula Sartor Ronconi – Alimentos Hidropônicos

Com tantas opções existentes nos mercados, fica fácil do consumidor se confundir na hora das compras. As prateleiras recheadas de nomenclaturas como: alimento hidropônico, natural, processado, orgânico, entre outros, fazem com que o consumidor fique na dúvida e até faça uma escolha errada. Vamos entender com mais detalhe o que são os alimentos hidropônicos.

Os hidropônicos são alimentos produzidos em estufas (ambiente protegido), onde não há o uso do solo, e sim o uso de adubos químicos de fácil solubilidade em água. As verduras são cultivadas dentro de tubos plásticos perfurados ou em recipientes com substrato e nutridas com a solução de água e adubos químicos. As raízes absorvem os nutrientes diretamente da solução que circula dentro dos tubos ou colocada no meio de cultivo do recipiente utilizado. As plantas hidropônicas, por serem cultivadas fora do solo, tornam-se mais suscetíveis ao ataque de doenças, que muitas vezes surgem de maneira não controlável, obrigando o produtor a usar agrotóxicos na tentativa de salvar sua produção. Diferentemente do que acontece com os alimentos orgânicos, que são produzidos com o uso do solo equilibrado química, física e biologicamente, com boas condições para que a planta desenvolva bem e produza alimento sadio e sem resíduos tóxicos (EMBRAPA).

Na hidroponia, o alimento fica protegido de geadas, chuvas intensas, granizo e ventos fortes, com ganho na produtividade e qualidade, fatores que contribuem para o fornecimento constante aos pontos de venda. Contudo, é necessário acompanhamento técnico espe¬cializado, para que se tenha uma solução nutritiva balanceada que forneça nutrição adequada às plantas e evite, dentre outros problemas, o acúmulo excessivo de nitrato. Além disso, esse sistema exige um investimento inicial maior e gasto com energia elétrica (FAVARO et al., 2007) .

O nitrato é indispensável ao crescimento de vegetais e por isso os fertilizantes nitrogenados têm sido usados em doses cada vez maiores para aumentar a produção. Além de ser originado do fertilizante, o nitrato presente nos vegetais pode ser formado no substrato, pela mineralização ou nitrificação (FAVARO et al., 2007).

Quando o nitrato é absorvido em grande quantidade, a planta não consegue metabolizá-lo totalmente, o que provoca o acúmulo nos tecidos. Quando ingerido, no trato digestivo pode ser reduzido a nitrito (NO2-), que entrando na corrente sangüínea oxida o ferro da hemoglobina, produzindo a metahe¬moglobina. Esta forma de hemoglobina é incapaz de transportar o O2 para a respiração normal das células dos tecidos causando a chamada metahemoglobinemia. Outro problema é que parte do nitrito pode acabar combinando com as aminas formando nitro¬saminas, as quais são cancerígenas e mutagênicas (FAVARO et al., 2007).

Na hora das compras, para garantia de um produto de qualidade, o consumidor deve observar se a embalagem traz o selo de garantia de sua qualidade, ou seja, o selo que comprova a sua pureza em relação aos resíduos tóxicos (EMBRAPA).