A última partida da final da Libertadores 2018 se aproxima. O primeiro jogo da “Final do Fim do Mundo” — como os argentinos carinhosamente apelidaram o clássico entre Boca Juniors e River Plate — terminou empatado em 2×2 e a última partida será realizada na casa do River.
Mas este é o último ano em que a final da Libertadores acontece em duas partidas: junto com a emoção clássico argentino chega a dúvida: será que a mudança para uma final única na próxima competição vai prejudicar de alguma forma os clubes?
Em 2016, a Conmebol, responsável pela organização do campeonato intercontinental, anunciou mudanças na estrutura da competição. Realizada antes entre os meses de janeiro a maio, em 2017 a Libertadores passou a ter um formato similar à sua irmã européia, a Champions League, e ser disputada durante toda a temporada, ou seja, de fevereiro a novembro. Já 2019 será o palco de mais uma grande mudança: a final única.
Partida única na final
Historicamente, a Libertadores se consagrou pelas suas finais em duas partidas, uma na casa de cada um dos finalistas. A escolha por quem teria a vantagem de decidir o resultado diante da sua torcida era feita de acordo com a classificação geral após o fim da primeira rodada da competição: quem ficou à frente, claro, levava vantagem. Foi assim até este ano, quando River Plate ganhou o direito de decidir no seu estádio depois de terminar a fase de grupos com a quarta melhor campanha, na frente do Boca que ficou apenas com a décima quarta posição.
Contudo, a partir de 2019 a história será diferente. A Conmebol anunciou no início deste ano que a Libertadores passará a adotar mais uma das características da Champions League: a final única e em território neutro. A competição européia segue o modelo desde 1955, quando foi criada. Na ocasião, O Real Madrid, primeiro campeão europeu, levou a taça contra o francês Stade de Reims. Já em terras sulamericanas, o formato de partida única nunca foi antes pensado e chega trazendo muita polêmica.
Problemas com o modelo
Que a final única funciona no continente europeu não há dúvidas: todos os anos, torcedores de todos os países da Europa e até de fora compram os ingressos antecipadamente para a tão esperada partida. Porém, a Europa possui algumas características que faltam ao continente do outro lado do atlântico. Para começar, a América do Sul é muito maior, o que torna o deslocamento entre países muito mais complicado. Como se não bastasse, também falta por aqui um sistema de transporte tão eficiente quanto o europeu, com trens e companhias aéreas low cost (aquelas que oferecem passagens mais baratas).
Tudo isso dificultaria o deslocamento do torcedor dos times que estão na final. Imagine por exemplo uma disputa entre um time brasileiro e um colombiano na próxima edição, que terá sua partida única acontecendo em Santiago, no Chile. Enquanto na Europa é possível sair de um país a outro em poucas horas, a realidade aqui é bem outra.
Outra discussão gira em torno da cultura do futebol sulamericano. O formato de partida única é famoso não só na Liga dos Campeões, mas em muitas das principais competições dentro da Europa. A FA Cup, a Copa da Inglaterra, é a competição de futebol mais antiga do mundo e sempre foi decidida em partida única. As Copas da Alemanha, da Espanha e da Itália também possuem final com jogo único, enquanto a Copa do Brasil e da Argentina sempre foram resolvidas no formato de duas partidas.
O que a Conmebol diz
A Conmebol afirmou em coletiva realizada em fevereiro deste ano, quando oficializou a mudança, que foram feitos diversos estudos por especialistas de mercado para avaliar os impactos. Segundo a entidade, os motivos que levaram a final em partida única incluem garantir maior justiça esportiva, qualidade da competição, emoção do espetáculo, organização e segurança do evento, percepções dos torcedores, infraestrutura esportiva do continente, posicionamento mundial do futebol sul-americano e a comercialização dos direitos e do mercado esportivo correspondentes.
A ideia é que a final em jogo único dará mais visibilidade à competição. Os torcedores dos times que chegarem à última etapa ainda teriam os ingressos atrás de cada gol reservados, enquanto os demais lugares do estádio seriam comercializados com antecedência, antes mesmo de os finalistas serem conhecidos.
Apesar das críticas, a Conmebol espera manter o modelo pelo menos até 2022. A entidade afirmou que, mesmo que o formato não tenha o efeito esperado na sua primeira edição, um único teste não será o suficiente para definir o sucesso ou não da final única.
Por outro lado, a Conmebol também reconheceu que o que é considerado melhor agora pode mudar nos próximos anos, trazendo a Libertadores de volta ao seu formato original. Enquanto ainda é cedo para falar se a final em jogo único funcionará ou não, uma coisa é certa: faça suas apostas no Betway e veja com seus amigos quem leva a Libertadores de 2018!