A briga pela patente da invenção do rádio e o papel de um brasileiro nisso

Inventores de diferente parte do mundo reivindicam patente por invenção do item

 Registrar avanços tecnológicos é uma das principais funções de sites como o https://tecnonoticias.com.br/. Celulares, computadores, tablets e outros objetos que estão na vida de quase todas as pessoas.

Isso não significa, no entanto, que aparelhos mais antigos não mereçam destaque. Até porque, alguns desses itens geram debate sobre sua existência até hoje, ainda que sua inauguração tenha ocorrido há muitos anos.

Esse é o caso do rádio. Você sabe quem inventou o rádio? A sua resposta pode ser influenciada a depender do lugar onde você mora ou nasceu, isso porque, há uma disputa entre duas pessoas para saber quem foi o grande inventor de um dos maiores aparelhos tecnológicos da humanidade.

Na Rússia, o rádio foi inventado por Aleksandr S. Popov. A reivindicação pela primazia de Popov como inventor do rádio veio da apresentação de um artigo, “Sobre a relação entre pós metálicos e oscilações elétricas”, e da demonstração de um aparelho de detecção de ondas de rádio na Universidade de São Petersburgo, em 7 de maio de 1895.

O dispositivo de Popov era um simples coherer – um tubo de vidro com dois eletrodos espaçados a alguns centímetros de distância, com limalhas de metal entre eles. O dispositivo foi baseado no trabalho do físico francês Edouard Branly , que descreveu esse circuito em 1890, e do físico inglês Oliver Lodge , que o refinou em 1893. Os eletrodos teriam inicialmente uma alta resistência, mas quando fossem atingidos por um impulso elétrico, um caminho de baixa resistência se desenvolveria, permitindo condutividade até que os limalhas de metal se agrupassem e a resistência se tornasse muito íngreme. O coherer teve que ser batido ou sacudido após cada uso para resgatar os arquivos.

Na Itália, Guglielmo Marconi é considerado o inventor do rádio. Marconi registrou uma patente britânica em 2 de junho de 1896, que se tornou o primeiro pedido de patente em radiotelegrafia. Ele rapidamente levantou capital para comercializar seu sistema, construiu uma vasta empresa industrial e passou a ser conhecido – fora da Rússia – como o inventor do rádio. Com a “invenção”, ele ganhou o prêmio Nobel de Física.

Mas quem também brigou para ser declarado o inventor do rádio foi o padre brasileiro Padre Landell de Moura. No dia 3 de junho de 1900, Landell de Moura reuniu a imprensa e autoridades para demonstrar publicamente um experimento científico que ela já realizava com sucesso.

Landell, por meio de um aparelho inventado por ele, enviou sinais telegráficos e transmitiu a voz humana a uma distância de 8 km – sem o auxílio de fios – por ondas eletromagnéticas, algo sem precedente na história e extremamente avançado à época. Nessa época, a transmissão por fio já estava dominada e cientistas do mundo todo buscavam a transmissão via ondas eletromagnéticas, ou seja, sem o uso de fios.

As descobertas do sacerdote-inventor foram divulgadas pelos principais jornais daquela época, no entanto, padre Landell não conseguiu nem patentear nem produzir comercialmente seus inventos no Brasil: o “teletíton” (telégrafo sem fio), o “teleauxiofone” (telefonia com fio, microfone e alto-falante), o “transmissor de ondas”, o “edífono” (purificador de voz) e o “caleofone” (intercomunicador de voz).