Por Bibiana Pignatel
O comércio está cheio de opções para presentes, as ruas são tomadas pelo movimento de carros, pedestres carregados de bolsas e a pressa se torna comum em mais um Natal. Todos os anos, o desafio se repete no corre-corre para a preparação da ceia, nas atividades do trabalho que precisam ser concluídas perante o recesso de fim de ano que bate à porta.
Conforme o Bispo da Diocese de Criciúma, Dom Jacinto Inacio Flach, o cristão católico precisa preparar bem o seu coração para viver a verdadeira alegria do tempo do Natal. “Nós temos que, sempre, voltar às fontes, voltar à origem das coisas porque, com o passar do tempo, recebemos muitas influências de cá e de lá e nossa fé, como diz o Papa Emérito Bento XVI, não deve se preocupar com modas e costumes – ela tem o compromisso com a verdade, que é Jesus Cristo. Por isso, nós, católicos, sempre vamos falar, de novo, qual é o sentido verdadeiro do Natal: celebrar, profundamente, o nascimento de Jesus Cristo que é nosso Deus e Salvador. Como disseram e cantaram os anjos: ‘Temos uma grande notícia para vocês: hoje nasceu, para vós, o Salvador, o Cristo Senhor’. Esta é a essência. A alegria d’Aquele que nasceu, veio morar no meio de nós para falar a língua humana, do jeito como falamos, conviver, mas, dentro disso, trazer a presença de Deus para levar o ser humano para junto de Deus. Esse é o grande objetivo do Natal, encontrar o verdadeiro sentido, celebrar Aquele que é o nosso Deus e Salvador e que é capaz de trazer, ao coração humano, a paz, tão falha, tão carente para a humanidade, hoje”, afirma Dom Jacinto.
Na correria que surge em torno das festas, o Bispo reflete e aconselha. “Nós corremos, nós nos preocupamos, nós nos enervamos, nós estamos agitados por muita coisa, quando só deveríamos ter muito mais presente: ‘Em quem eu creio, mesmo? Em Jesus Cristo ou nas coisas?’ Coisas não salvam a gente! É Deus que salva! Esse Deus nós queremos celebrar, esse Deus que é Jesus Cristo, que deve ser celebrado com a família e com a comunidade. E como deve ser celebrado? Preparando-nos bem pela Liturgia, que participamos todo o tempo do Advento, grupos de família, novenas, obras de caridade, amor ao próximo, assim a gente vai preparando a manjedoura para poder celebrar, verdadeiramente. E não com muitas festas e banquetes. A festa verdadeira é quando nós estamos um pouco mais contentes e em paz, essa é a grande festa. Não tem dinheiro que compre, que pague isso. Este é o sentido profundo: vamos voltar ao Natal da paz, da alegria, da esperança e da confiança em Deus, nosso Senhor e Salvador, não do consumismo. Claro que podemos comprar presentes, mas qual é o presente que o céu manda para nós? É Jesus Cristo! Ficar preocupados demais com presentes e consumismo é estragar a verdadeira festa, é colocar nossas energias onde não deveriam ser colocadas”, adverte o epíscopo.
Ao recordar a noite santa, quando José e Maria bateram em muitas portas em busca de um lugar para o Filho de Deus nascer, Dom Jacinto estabelece uma comparação. “Não havia lugar para eles. O que Deus faz? Vai adiante! Se as pessoas não O acolhem, Ele vai em meio aos animais. Lá é acolhido, no meio de uma estrebaria. Quando nós celebramos o Natal, é bom, sim, fazer uma festa. Mas que não se esqueça de ir primeiro à missa, ou rezar junto à mesa, com a família. Às vezes, as pessoas enchem a cara com bebidas, comidas e um monte de coisas. Esquecem que a alma está lá dentro, morrendo, porque ela não teve nada para ela, só para o corpo, só para os sentidos. Nem uma oração se faz. Isto não é Natal. Natal é festa da alma, da alegria, do coração!”, pontua o Bispo.
Na noite de 24 de dezembro, Dom Jacinto presidirá a missa de Natal na Catedral São José, às 20 horas. No site da Diocese de Criciúma, constam os horários das celebrações na maioria das paróquias da Diocese. Confira: http://bit.ly/2PVf28o.