Unesc cria primeiro Grupo de Pesquisa em Saúde da População Negra do Sul de SC

Professores e profissionais realizarão estudos na região

Discutir e mapear os aspectos de saúde de Criciúma e região, fazendo um recorte étnico-racial são algumas das ações que o Grupo de Pesquisa em Saúde da População Negra da Unesc realiza a partir deste ano. Primeiro do gênero no Sul catarinense, o grupo foi pré-lançado esta semana na Pró-Reitoria de Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão, com a presença de pesquisadores da Instituição, lideranças comunitárias e representantes da Copirc (Coordenadoria de Promoção da Igualdade Racial de Criciúma) e do NEAB (Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros, Étnico-Raciais, Indígenas e de Minorias da Unesc).

A professora da Unesc, psicóloga e pesquisadora do grupo, Eliene Campos Ferreira, explica que as atividades serão desenvolvidas com base em estudos na área realizados no país e no estado, mas com a coleta de dados e pesquisa em Criciúma e região, para comparar os resultados e estabelecer as características regionais. “Vamos trabalhar com dados existentes, fazer nosso próprio levantamento e mapear os aspectos de saúde da população negra da região. Analisar doenças que acometem mais os negros e não só a questão da saúde da pessoa, mas também a forma como ela está sendo atendida nos serviços. Há dados que apontam que em alguns municípios do Brasil, por exemplo, as consultas de pré-natal para gestantes negras duram menos tempo”, afirma.

O grupo é formado por professores da UNA SAU (Unidade Acadêmica de Ciências da Saúde da Unesc) e profissionais da área da saúde, e segundo Eliene, é aberto para a participação de outras pessoas que possam contribuir com as pesquisas na área da saúde. Ela conta que as atividades do grupo terão o apoio de representantes de entidades e associações que trabalham com as questões étnico-raciais na região e profissionais das Unidades Básicas de Saúde. “A intenção é fornecer indicadores para os setores públicos, para que se possa trabalhar também com a prevenção, evitando que a doença se materialize”.

Segundo a pró-reitora de Pós-graduação, Pesquisa e Extensão da Unesc, Luciane Ceretta, propostas como esta sempre terão o apoio da Universidade. “A Instituição é comprometida com a comunidade e sua qualidade de vida. Estudar as especificidades da saúde da população negra é importante e necessário”, afirma.

Milena Nandi

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