Olhos atentos e com um grande desejo: a busca de soluções conjuntas para melhorar a qualidade de vida das pessoas e produzir a transformação. Esse era o sentimento dos acadêmicos e professores da Unesc que participaram do Fórum da Extensão, uma das ações especiais preparadas pela Universidade para celebrar o Dia da Extensão, nesta segunda-feira, 2. A data foi marcada ainda por mostra cultural e artística, peça teatral e curta-metragem “escolhedeiras”.
Por ser uma Universidade Comunitária, a Unesc tem no seu DNA as atividades de extensão, aquelas que, das mais diferentes formas, levam cidadania e conhecimento da academia diretamente para a comunidade. Atualmente, a Instituição conta com mais de 200 projetos vinculados, 21 programas vigentes, 800 acadêmicos bolsistas e mais de 70 acadêmicos voluntários.
Em seu discurso de boas-vindas, a reitora Luciane Bisognin Ceretta destacou a importância da extensão que é um dos três grandes pilares da Universidade. “Uma Universidade é definida como tal pelas três dimensões acadêmicas: ensino, pesquisa e extensão. A extensão, portanto, é uma das dimensões absolutamente necessárias e importantes”, destacou.
Luciane lembrou que a extensão é essa dimensão que, ao mesmo tempo em que transforma vidas e cenários quando se leva o conhecimento que se produz para as comunidades, transforma as vidas dos acadêmicos e dos professores, ou seja, da própria Universidade. “Portanto retroalimentam o ensino, a pesquisa, que também busca identificar, por meio da extensão, os questionamentos e os problemas sociais e desenvolver soluções para eles. O Fórum de Extensão é de suma importância, pois nos mostra de onde viemos, onde estamos e para onde queremos caminhar coletivamente com a política de extensão da nossa Universidade”, enumerou.
A diretora de Extensão, Cultura e Ações Comunitárias, Fernanda Sônego, apresentou todos os projetos, as ações e a evolução da extensão, e destacou que, por meio desta inserção, a Universidade realiza diálogos frequentes com a comunidade e constrói projetos que vão ao encontro das necessidades reais de cada comunidade. “A partir dessa junção de ideias, a Universidade propicia ações que transformam os cenários, respondendo aos problemas dessa comunidade e, ao mesmo tempo, contribuindo para o desenvolvimento e a formação de cidadãos críticos, responsáveis, autônomos e familiarizados com a realidade. Foi um dia fantástico. Foi muito bom o reencontro, poder olhar nos olhos dos extensionistas e ver que, mesmo com o distanciamento, com as dificuldades que enfrentamos no período da pandemia, quando as atividades de extensão sentiram muito, conseguimos implementar as ações previstas e dialogar com a comunidade interna e externa, debatendo a trajetória da extensão, sobre de onde viemos e para onde vamos. Sabemos que a construção é feita no coletivo e uma Universidade Comunitária precisa destas mãos entrelaçadas para que possamos contribuir para a mudança de realidade”, resume.
Transformação
Ainda durante o evento, a assessora da Diretoria de Extensão, Cultura e Ações Comunitárias, Sheila Martignago Saleh, promoveu uma reflexão com o público abordando o trabalho desenvolvido e aonde se quer chegar. Ela ainda falou sobre a importância do diálogo com a comunidade e das oportunidades.
O acadêmico de Artes Visuais Vinicius da Silva Martins era um dos integrantes da plateia. Ele participa do projeto de extensão Boi-de-Mamão na Comunidade e é apaixonado pelo que faz. A experiência foi tão gratificante que hoje, além de participar, ele dá aula de Artes com os conhecimentos adquiridos.
Tudo começou ainda no Ensino Médio quando participava de um grupo folclórico. Ao chegar na Universidade ele não deixou a oportunidade escapar. “Participar do projeto, desde o início da graduação, foi fundamental. O projeto de extensão é muito mais do que uma visita à comunidade. Estamos lá para mudar vidas, inclusive a minha também mudou. O conhecimento que adquiri e essa troca de saberes foi muito importante para a minha trajetória”, relatou.
Quem também contou com entusiasmo a oportunidade que teve foi o acadêmico do curso de Engenharia Civil da Unesc, Willian Domiciano dos Santos. “Participar de um projeto desse é viver a Universidade Comunitária. É cruzar os portões da Universidade e ir até a sociedade. É prazeroso. O fato de sair do Campus e servir a comunidade faz nos sentirmos mais felizes”, enfatizou ele, que faz parte do projeto Reconstruindo a Cidadania com cursos voltados à pintura imobiliária e moveleira.
O professor do Bairro da Juventude, umas das entidades beneficiadas com a extensão, Cleiton Machado disse estar honrado em participar das ações e para ele o sentimento é de gratidão. “É uma oportunidade de crescimento e de conhecimento muito grande. Sou ex-aluno do Bairro e sempre fui fascinado por essa área do empreendedorismo. Quem ganha é a comunidade acadêmica quanto os alunos das instituições beneficiadas que estão tendo novos conhecimentos e oportunidades de crescimento”, ressaltou o educador.
O presidente do Diretório Central dos Estudantes, Vittor Teixeira, também participou do ato e parabenizou os acadêmicos por ‘quebrarem’ os portões e saírem em busca de soluções dos problemas nas comunidades. “É por isso que a nossa Unesc é tão especial e querida por todo o Estado porque presta serviços a milhares de pessoas, não só os acadêmicos. Ele representa o nosso bem maior: as pessoas”, comentou.
Mostra Estudantil Cultural e Artística
Desenhos, poemas, esculturas e pinturas. As obras artísticas com traçados dinâmicos e com muita criatividade são resultado da Mostra Estudantil Cultural e Artística (MECA) que abriu o Dia da Extensão. Para isso, a Unesc preparou um dia de atividades focadas neste que é um dos principais pilares que a diferenciam entre as instituições. A mostra, que ocorreu no período da manhã no hall da reitoria.
O evento foi organizado pelos Centros Acadêmicos dos cursos de Artes Visuais, Teatro e Psicologia. Na exposição teve ainda algumas obras da disciplina de laboratório de gravura.
O Dia da Extensão faz parte do calendário acadêmico desde 2017 e significa um momento de grande alegria por socializar as ações que o setor desenvolve e que envolvem os programas e projetos de extensão. “A grande importância destes eventos na Universidade é poder retribuir à sociedade a oportunidade de aprendizado, desenvolvendo boas práticas e praticando conteúdos de uma forma bastante interativa. Fomentar o interesse por produções artísticas dos colegas, poder contribuir o acesso à cultura e oportunizar a produção artística e visual como reforço da nossa identidade cultural”, disse a vice-presidente do DCE e presidente do Centro Acadêmico de Psicologia, Geovana Lisa Paraguaia Ribeiro.
Apresentações Culturais
As atividades do Dia da Extensão foram encerradas no auditório Edson Rodrigues, no Bloco P. À noite os acadêmicos tiveram a oportunidade de assistir a uma peça de teatro e um curta metragem.
Teatro
O coletivo 4ª Parede apresentou a peça “Caixa de Pandora”, que retrata a superação no período da pandemia Covid-19. Em seguida os atores bateram um papo com a plateia sobre a apresentação.
Cinema
O público ainda teve a oportunidade de assistir a exibição do curta-metragem “Escolhedeiras”, documentário produzido pelos autores Marcello Zapelini, Sander Hahn e Leandro de Bona Dias. O curta tem a história narrada por duas ex-escolhedeiras: a dona Zilda Santos, de 90 anos e dona Maria Alba, de 86 anos.
O filme foi inspirado através das obras de Cristiane Dias, “Ouro Negro” e do professor da Unesc, Carlos Renato Carola, “Dos subterrâneos da História: As Trabalhadoras das Minas de Carvão de Santa Catarina”. Após a sessão, os produtores do curta conversaram com os presentes.
Por Daniela Savi e Décio Batista/Agecom/Unec