Sobre viver no automático

Imagine aí, um carro automático: daqueles modelos estilosos, confortáveis, que atraem os olhares das pessoas. Eles são funcionais, não é? Só acelera e freia, que muitas vezes até se esquece como usa a marcha. É automático e facilita a vida de muitas pessoas, trazendo conforto. Está tudo bem ter um carro automático, até porque, ele fornece a possibilidade de dirigir bem mais relaxado, não é mesmo?

Porém, o carro é uma máquina, e sendo máquina ele tem a sua função. Independentemente de ser manual ou automático, o carro possui uma função específica: a locomoção, ele foi fabricado para isso. Você deve estar se perguntando o porque eu estou falando disso não é? Mas venho te lembrar que você não é um carro automático.

Grande parte dos conflitos cotidianos ocorrem por falta de consciência no que você está fazendo, ou seja, está no automático. Um exemplo é chegar no trabalho e não lembrar do caminho, almoçar e nem lembrar o gosto da comida, conversar com alguém e não conseguir lembrar com quem foi, relacionar-se com quaisquer pessoas sem filtro, se submeter a situações que antes não se submeteria.

Ter consciência no momento presente é essencial na qualidade de vida das pessoas, respira: tu é um ser humano! Eu sei que a rotina de vida demanda muitas coisas de nós, mas antes de qualquer coisa somos humanos e precisamos de cuidado. Se vivermos no automático, qualquer hora podemos dar “pani no sistema”, igual acontece com um carro velho sem manutenção a longo prazo.

Mas, afinal, o que é ter consciência?

É prestar a atenção no seu dia, vivenciar de fato suas refeições, suas conversas, conversar olho no olho com quem está com você. É viver o momento presente, fazer uma coisa de cada vez, concentrar-se e ter a atenção plena nas suas atividades do dia a dia. Isso faz com que a vida seja mais colorida, e as pessoas passem a olhar para ela, como ela é. Isso pode proporcionar maior satisfação, e não ter que “passar a semana inteira esperando o final de semana”.

Além disso, ter consciência é cuidar de si mesmo, perceber o que você está precisando naquele momento, e utilizar das suas ferramentas para suprir suas necessidades. É reconhecer que muitas vezes, o que precisamos não está na tela de um celular, e sim no afeto de um olhar de alguém especial.

É sentir, ver, ter, perceber. É sair do automático: que apesar de ser confortável e “normal”, faz com que a gente perca um bocado da vida. Sair da zona de conforto, que por mais tranquila que seja, não nos oferece nada de novo. É permitir a gente ser quem a gente é, e não o que a sociedade pede.

“Olhos que olham, são comuns. Olhos que vêem, são raros.” J. Oswald Sanders

Cuida de ti! Um abraço.

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