Semana do vai ou racha

O clima no estádio Heriberto Hülse parece ser de feliz Natal, com jogadores fazendo amigo secreto e todo mundo aguardando a chegada do bom velhinho. O problema é que mesmo com o acesso à Série A não vindo, a permanência na Série B não está garantida e essa sensação de cumprimento de tabela nos jogos restantes, só aguardando as festas de fim de ano, não pode tomar conta do Criciúma.

O fato agora é que o Tigre entra em momento decisivo, do famoso “vai ou racha”. Em uma semana, enfrenta três adversários completamente acessíveis, que lhe dão a possibilidade de somar nove pontos, chegar a 52 e garantir permanência na segunda divisão de uma vez por todas.

O Boa, adversário desta terça (7), talvez seja o mais chato. Entre os 20 times da Série B, é um dos mais empatou fora de casa – sete ao todo. Tendo Santa Cruz pela frente, em Varginha, na rodada seguinte, um empate em Criciúma passa a ser um resultado considerável aos mineiros, que, certamente, virão fechados para explorar as fraquezas catarinenses nas bolas em profundidade.

O jogo seguinte, fora de casa contra o ABC, tende já a ter caminhos facilitados ao Tigre. A equipe do Rio Grande do Norte tem a pior campanha entre os mandantes e, dependendo dos resultados da 35ª rodada, que já está em andamento, pode até ser rebaixado pelo Criciúma – ou já entre em campo com o descenso confirmado.

Em seguida, na outra terça (14), vem pela frente o Náutico, penúltimo colocado e que perdeu 11 de 17 jogos como visitante. É outro que, dependendo dos resultados, pode ser derrubado pelo Tigre no Heriberto Hülse.

Não é nenhum absurdo projetar nove pontos nesses três jogos. No primeiro turno, somou seis, e duas dessas partidas eram fora de casa. Só mais seis já são suficientes para dar aquele “ufa” e encerrar o ano de maneira mais aliviada do que o necessário.

Só que tudo isso passa pela mentalidade. Não adianta mais cobrar o técnico Beto Campos por organização de time, ideias de jogo, escalações ou substituições. Não dá para fazer mais do que tem feito. A única solução é incutir na cabeça do elenco que a Série B ainda não acabou e perceber que o Criciúma tem agora um calendário de jogos importantes, que podem exorcizar de vez um fantasma que nunca se engraçou com o clube.