Sem medo de envelhecer, só um pouquinho.

Não sei porque estou velha, é claro que sei (risos). Eu ainda tenho tantos sonhos, faço muitos planos, quero estudar, trabalhar, viajar, ler muitos livros, ter nova profissão. Ainda me emociono ao escutar algumas músicas.

Meu espírito ainda é muito jovem, não tenho tempo para reclamar, eu quero descobrir, explorar, conhecer muita gente e lugares. Digo sempre que queria ter o tempo de uma criança e poder fazer tantas coisas que não fiz ainda.

Mas fiz muito, sabe. Não sou uma pessoa acomodada, gosto de desafios, de provocação, se alguém me diz que tal coisa não posso fazer daí é que faço e mostro que faço e muito bem. Nada me segura, não me sinto inferior a nenhum outro vivente dito “normal”, mesmo com o avançar da idade não me sinto limitada intelectualmente, graças a Deus.

Esqueço a idade que tenho principalmente quando estou em sala de aula, sonho e faço planos como meus coleguinhas de classe, na grande maioria muito jovens. Fico chateada sim, de não ter mais tempo para voar tão alto quanto sei que eles voarão, numa perspectiva de futuro promissor e vida longa. Sei que a sociedade não me dará as mesmas chances de exercer minha nova profissão como eles terão; mas não sinto inveja não, sinto é que terei os obstáculos naturais do ser vivo que sou, infelizmente a Ciência ainda não pode fazer milagres.

Tento ser realista e não pensar no “tempo” que tenho pela frente. A sociedade é assim: primeiro os mais jovens. Dizer que está errado? Não devem estar com certeza. Deixar os velhos em segundo plano é até justo pois na cultura Ocidental é normal que os mais velhos, e supostamente aposentados, deixem a vez para os mais novos.

Não devo me queixar, a vida me deu tudo que quis conquistar até então. Me deu tantas oportunidades, uma família maravilhosa e um esposo que sempre foi o incentivador número 1 das minhas façanhas e Deus há de permitir que eu desbrave novos horizontes e acrescente muitas histórias de realizações no meu diário, que deixo para meus descendentes.

Vamos à luta meus amados leitores, a vida é muito bela e curta para ser desperdiçada com lamúrias. Ainda terei muita coisa para contar. Até mais e fiquem bem!

Maria Margarete Olimpio Ugioni