Por Amanda Mariano
Bruna Matos
Patrícia Pozzo
A sífilis, infecção sexualmente transmissível (IST) causada pela bactéria Treponema pallidum, é uma doença que possui tratamento eficaz e bastante acessível para toda a população.
Ainda assim, conforme o boletim divulgado pela Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina (DIVE/SC), o número de pessoas infectadas no estado de Santa Catarina tem crescido ao longo dos anos, o que vem preocupando as autoridades de saúde.
Os casos de sífilis adquirida – em pessoas acima de 13 anos – saltaram de 8.368 novos casos em 2016 para 11.065 em 2017. Com relação à sífilis em gestantes, os casos também aumentaram. Em 2016, foram 1.447 notificações contra 1.879 em 2017, crescimento de 29,8%.
De acordo com Eduardo Macário, diretor da DIVE/SC, esses aumentos podem ser, em parte, explicados pela estratégia de expansão do teste rápido da sífilis para todas as unidades de saúde. Só em 2017, foram distribuídos 343.361 testes para os municípios catarinenses, que foram orientados a utilizá-los na rede básica de saúde, bem como nas maternidades. Porém, ainda segundo Macário, para se alcançar o objetivo efetivo de reduzir novas infecções, o tratamento deve ser realizado de forma efetiva, abrangendo tanto a pessoa diagnosticada quanto o seu parceiro. Além disso, é fundamental o uso de preservativo em todas as relações sexuais.
Uma das formas mais preocupantes da infecção, a sífilis congênita, transmitida da gestante para o bebê, registrou um aumento de 26% entre os anos de 2016 e 2017, segundo os dados da DIVE/SC. Em 2016, foram notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) 555 casos de sífilis congênita. Em 2017, esse número pulou para 700. “A sífilis congênita é a nossa principal preocupação, pois pode provocar aborto ou graves problemas para a criança como cegueira, surdez, retardo mental e deformidades físicas”, esclarece Macário.
Ações contra a sífilis
Com o objetivo de eliminar a transmissão de sífilis da mãe para o bebê, a DIVE/SC elaborou em 2017 o Plano de Redução da Sífilis Congênita de Santa Catarina. O documento é baseado no protocolo do Ministério da Saúde (MS) e prevê a realização e implantação de ações junto aos municípios catarinenses como: estimular a realização da testagem para sífilis em mulheres em idade fértil ou que desejam engravidar e seus parceiros; realizar testagem para sífilis no 1°, 2° e 3° trimestres da gestação; estimular a participação do parceiro no pré-natal e, nos casos de diagnóstico da doença, viabilizar a realização do tratamento dele junto ao da gestante; instituir ficha de acompanhamento da sífilis gestacional a ser anexada no cartão da gestante; além de elaborar campanhas de informação e educação em sífilis, sífilis gestacional e sífilis congênita.
Sífilis
A sífilis é uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST) que pode apresentar sintomas que desaparecem espontaneamente. Por esse motivo, muitas vezes, não é tratada de forma adequada. No entanto, é preciso ficar atento a alguns sinais como: feridas nos órgãos genitais e ínguas nas virilhas. Após alguns meses, também podem surgir manchas no corpo e quedas de cabelo. “É importante lembrar que a sífilis tem cura, mas se não for tratada adequadamente pode causar complicações como cegueira, paralisia, doenças cardíacas e cerebral, além de levar à morte”, alerta o diretor.
Teste rápido
Todas as pessoas sexualmente ativas devem realizar o teste para diagnosticar a sífilis, em especial as gestantes e mulheres que estão planejando engravidar e seus parceiros, pelo risco de causar a sífilis congênita. Uma das formas de identificar se uma pessoa foi infectada pela sífilis é através do teste rápido. O teste pode ser realizado em qualquer unidade básica de saúde e o resultado sai em até 30 minutos.
Se o resultado for positivo, o tratamento é iniciado imediatamente com antibiótico. No caso das gestantes, é importante que o tratamento inicie, pelo menos, 30 dias antes do parto para que o bebê nasça saudável.
Para saber mais sobre doença, suas formas de transmissão e de prevenção, onde encontrar o teste rápido de diagnóstico, de forma rápida, gratuita e sigilosa, acesse www.dive.sc.gov.br/sifilis.
Boletim Epidemiológico sífilis