Roubado estarei

Roubaram-me ainda ontem a inspiração!
Meu velho violão!
E o rádio
Que por noites, me fazia feliz!

Levaram de mim,
As rimas!
Os versos!
E a saudade dos dias de alegria!
Que roubavam-me risos!
E pensamentos distraídos!

Roubaram-me mais uma vez!
O direito de existir!
Levaram de mim,
A canção do refletir!
As noites do interagir!
E mais uma vez, minha vida!

Levaram de mim quase tudo!
O absurdo!
E minha última noite de sono!
Que fez-se diferente do normal!
Do surreal!
Do que era comum!
Ou simplesmente invenção minha!

Levaram de mim,
Um conto descabido!
Minha poesia com rimas tortas!
Minha caneta que rabisca o céu!
E as folhas que se transformam em véu!

Roubaram de mim as palavras!
As sensações!
A razão, que já não possuía a tempo!
E mais versos, que mantinha escondido!

Levaram então, tudo que restou!
O que sobrou!
Os entornos de meu refrão!
Restando a imaginação!
Para novas inspirações!
Para novas aspirações,
Na brincadeira de viver…