Romênia: 30 anos sem Ceaușescu

Romênia: 30 anos sem Ceaușescu

Neste mês de dezembro completa 30 anos da Revolução Romena que levou a queda do ditador Nicolau Ceaușescu, conhecido como o ‘Gênio dos Cárpatos’.

Os protestos começaram no dia 16 na cidade de Timişoara chegando à capital Bucareste. No dia 21, num discurso no centro de Bucareste, Ceaușescu foi vaiado por mais de 80 mil manifestantes que pediam sua saída do governo. A polícia os reprimiu violentamente deixando mais de 1.300 mortos.

Nicolau Ceaușescu e sua esposa, Elena Petrescu, foram acusados por genocídios. No dia de natal foram julgados, condenados e executados na cidade de Targovişte.

Na minha opinião uma nação não depende apenas de seu líder para se tornar um país melhor.

Hoje se passaram 30 anos sem o ditador e se vê um país muito desorganizado, com construções mal projetadas, inacabas e lixo por todos os lados. Ainda se vê muitas casas com fogão a lenha por não terem aquecedores a gás. Criações de galinhas, porcos e carneiros em centros urbanos. Muitas casas pobres, bem humildes mesmo.

Segundo relatos de romenos que conheço, o país não mudou quase nada depois da queda de Ceaușescu. A desigualdade é muito grande no país e as empresas são poucas.

No sul, na fronteira com Bulgária e Sérvia é uma região montanhosa e de pequenos agricultores. Dizem que é nessa região que existe a maior população cigana do país. A discriminação entre os “não” ciganos com os ciganos é grande. Quando eu falo para um romeno que conheço Craiova, Orşova, Slatina que ficam no sul da Romênia, eles já respondem em tom esclarecedor que é do Norte do país, onde a região é mais desenvolvida, que fica na região da Bucovina.

Na região de Sibiu (debaixo dos Cárpatos) e Braşov na Transilvânia, existem muitas criações de ovelhas. Já em Arad e Timişoara enormes plantações de grãos.

Romênia faz parte da União Européia e está fazendo suas autoestradas. Hoje deve ter entorno de 400 km de pista dupla em todo o país. Não tem pedágios. É pago uma vinheta na fronteira que custa 11 euros por dia para caminhões. O resto são estradas estreitas, sem acostamentos e com muitas curvas. Apesar de ser um país pobre não se fala em crimes violentos.

A economia é parecida com a do Brasil, porém eles pagam bem mais na gasolina. Por exemplo o salário de um operário é em média de 1.300 Lei e um litro de gasolina custa 5,80. 1 euro 4,70 Lei, o mesmo preço do real.