Roda Magnética: 30 anos de amor à música

Em Nova Veneza, a importância da banda Roda Magnética vai muito além dos significados intrínsecos em um conjunto musical. Em 2017, o grupo completa 30 anos de uma história recheada de rock’n roll, canções memoráveis, muita amizade e fieis seguidores que permanecem até hoje. Diante disso, a trajetória da Roda é, além de música, a história do município e de sua gente.

A historiografia moderna passou a utilizar a música como fonte de pesquisa, já que ela é resultado de um contexto, de uma realidade, e revela muito sobre determinada sociedade. Não só a letra, mas a melodia, a interpretação e a forma como se transmite a mensagem, servem como artifícios para conhecer um povo e sua história. Isso, independente de gênero, haja vista que a música brega já serviu de fonte para se estudar o período do regime militar no Brasil, por exemplo.

A Roda é uma banda que se tornou imortal na memória do povo pela influência que exerceu dentro de seu contexto, e pela qualidade que faz com que o nome atravesse gerações. Em Nova Veneza, principalmente no distrito de Caravaggio, muita coisa vem à mente quando se fala em Roda Magnética.

A roda que atraiu seguidores

No início dos anos 80, o Brasil passava por um período de abertura política e o país já vivia a década de ouro do rock nacional. Enquanto Legião Urbana, Barão Vermelho e Titãs ganhavam a indústria fonográfica, a Roda Magnética apresentava o rock ao Caravaggio com músicas próprias.

A ideia que vinha sendo fomentada pelos amigos Zinho, Alta, Negão, Lela, Bira, Edésio, Dado e Anselmo virou realidade em 87, quando a banda foi fundada efetivamente. “Nossa cidade era muito carente de cultura e não tínhamos opções de lazer. Então pensamos em fazer algo que as pessoas seguissem, que fosse interessante. Assim, reunimos o pessoal e montamos a banda”, lembra o vocalista Marciano Baldessar, o Zinho. Segundo ele, um dos motivos de orgulho é que a maior parte do público sempre foi formado por crianças.

O guitarrista Alta, já falecido, além de também compor, era quem puxava e incentivava o restante do grupo. “Nós o chamávamos de maestro. Ele organizava e movimentava o pessoal. Tinha a ideia, se empolgava e fazia com que todos corressem atrás das coisas”, conta o cantor.

Por amor à música

Canções como Tempos Idos, Homem Máquina e A Paz Vencerá as Guerras ainda estão presentes nas rodas de violão e também nas interpretações das novas bandas.

Esta relevância que atravessa gerações foi construída com letras inspiradoras e que instigam a reflexão, além da forte presença de palco, que era uma das características marcantes do grupo.

Enquanto Zinho, Alta, Dado e Anselmo atuavam com os instrumentos, Negão, Lela, Bira e Edésio trabalhavam nos bastidores. Como na época os recursos não eram os mesmos de agora, a mão de obra era dobrada, mas ninguém reclamava de nada, pois tudo era feito com muito amor. “Interessante que as coisas funcionavam. Teve um sábado em que o Lela foi para a Serra de carona, na Festa da Maça, e conseguiu agendar um show para o dia seguinte. No domingo, nos metemos em um carro e fomos. Naquela tarde, tocamos para cerca de 15 mil pessoas. Foi um momento inesquecível para todos nós”, comenta Zinho.

Nada impedia que os amigos montassem a aparelhagem e fizessem um show. “Andávamos no carro com microfone e guitarra, onde tinha um espaço, a gente fazia um som. Tocamos em pátios, esquinas, onde havia uma oportunidade. Na festa do Caravaggio, por exemplo, projetamos o palco, construímos e fizemos o show”, afirma.

Influenciando gerações

De acordo com o vocalista da primeira banda de rock de Nova Veneza, o reconhecimento, depois de anos, mostra que tudo valeu à pena. “Hoje muitos lembram das músicas, fazem homenagens e me convidam para tocar em festivais. Os mais jovens continuam tocando nossas músicas e isso nos deixa muito orgulhosos de tudo”, declara Zinho.

O guitarrista caravaggiano Lucas Barchinski reconhece a influência da histórica banda da terra. “Comecei a tocar guitarra por causa da Roda. Assistindo ao show deles, tínhamos a sensação que podíamos mudar o mundo através das letras das músicas”, ressalta.

Tadeu Spilere
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4 Comentários

  1. Parabéns pela matéria !pra mim suspeito pra falar desta banda privilégio ter conhecido Os Rolling Stones da América viva Roda Magnética!!!