Resenha: A Garota no Trem

Um thriller psicológico, A Garota no Trem é um livro que provavelmente você vai querer terminar de ler logo para saber como toda aquela angústia vai acabar, mesmo deduzindo alguns detalhes deste final. A autora Paula Hawkins conseguiu organizar o enredo de uma forma que as informações vão sendo reveladas aos poucos, oferecendo pistas para o leitor continuar querendo saber mais.

A protagonista é Rachel, uma mulher alcoólatra, obsessiva e decadente que diariamente pega o trem das 08h04 de Ashbury para Londres e nesta rotina diária começa a observar a casa número 15 num trecho em que o trem para no sinal vermelho. Nesta casa mora um casal que na imaginação de Rachel é perfeito. Os poucos segundos que ela os vê quase todos os dias instigam sua criatividade e ela constrói uma vida para Jess e Jason, nomes que são inventados por ela. Só que num destes dias Rachel vê uma cena diferente e quando aquela mulher, que era tão íntima em sua imaginação desaparece, ela se vê envolvida na história porque não pode guardar aquele segredo.

Rachel, mora com uma amiga e se deixa levar pela bebida há vários anos. Ela era casada, mas seu ex-marido Tom a trocou por Anna e o casal já têm uma filha, isso em apenas dois anos. O vício pela bebida começou ainda durante o casamento e na maioria das vezes que bebia sua memória a traía, deixando-a sem se lembrar de vários momentos, só sabendo o que aconteceu depois que alguém lhe contava, até mesmo o que fez naquela noite que aquela mulher desapareceu é uma grande dúvida que a está consumindo. Em sua lembrança, já tinha sido feliz com Tom e em momentos de desespero ia procurá-lo em sua casa ou ligava para ele, mendigando atenção.

Resenha: A Garota no Trem

O desaparecimento de Jess, ou melhor, de Megan, aquela mulher que ela via quase todos os dias, se transforma em um objetivo para Rachel, ela quer ajudar a encontrá-la. Antes disso, sua vida não tinha sentido, era vazia, ela se desvalorizava, não deixava Tom em paz e sua atual mulher vivia tensa e queria se livrar dela. Só que Tom e Anna moram na casa 23, bem perto da casa 15, e muito do que se viu e do que se vê não é o que parece. E Rachel toma decisões às vezes certas, outras vezes erradas que a levarão para um caminho pior do que já tem trilhado.

A Garota no Trem é interessante e envolvente, mas não é revelador. É um livro que quando termina tende a fazer você pensar e parte da conclusão será sua. É uma história de uma mulher que acredita em muitas pessoas, menos nela mesma, que sua imaginação a está levando para um caminho ainda mais difícil de percorrer do que já tem trilhado e que é preciso tomar cuidado para não acreditar em tudo o que seus olhos veem.

A Garota no Trem, de Paula Hawkins – 378 páginas.