O que sou a cada dia!

Certo dia,
Um jovem moço me dissera,
Que eu poderia ser um menestrel!
Porque cantava poemas pela rua!
Encantava os transeuntes da praça!
E roubava risos dos estranhos!

Outro dia,
Uma bela moça,
Dissera que havia me enganado!
Que menestrel não compunha nada!
Apenas divertia-se,
Jogando no vento,
Palavras de outras razões!
Compostas por emoções alheias!

Semana passada,
Um senhor, já com mais verões nas costas,
Dissera-me que poderia ser então um trovador!
Porque além de gritar as rimas por ai,
Rabiscava coisas novas em meu caderno!

E depois do certo dia!
Do outro dia!
E da semana passada também!
Pensei em todos eles!
Nas palavras ditas!
Chegando a concordar!
A não discordar,
De tudo que ouvi!

E ontem ainda,
Pensando no que sou!
Descobri ser escritor!
Não ser razão!
Nem emoção!
Apenas um bobo sonhador!
Entre palavras e versos!
Folhas e reversos!