Professores da Unesc orientam sobre conservação de livros e fotos

Atividade faz parte da programação da Feira do Livro de Criciúma (Fotos: Daniela Savi)

Conservar adequadamente um livro faz toda a diferença para quem gosta de exemplares, afinal são itens fabricados com materiais suscetíveis ao desgaste do tempo. Além disso, a conservação dos exemplares é uma forma de compartilhar conhecimento e preservar a história para o futuro. É sobre isso que a professora Selma Tereza Leepkaln Dassi, conservadora e restauradora de livros e documentos do Centro de Memória e Documentação (Cedoc) da Unesc, vai ensinar para quem passar pela Feira do Livro. As orientações sobre a conservação preventiva de exemplares e de fotos, fazem parte da programação que a Universidade preparou para o evento que iniciou nesta segunda-feira, 8.

Existem diversas maneiras de se conservar aquele bom e ‘velho’ livro, como explicará Selma. Para isso, conforme ela, a hora de fazer um trabalho minucioso como esse requer muita habilidade, paciência e conhecimento, já que muitas vezes, a falta de informação leva as pessoas a descartarem os livros. “Por isso é importante conhecer e saber manusear da maneira correta, e isso começa já na retirada da prateleira. Devemos pegar o exemplar sempre no meio da lombada do livro, que deve ser acondicionado de forma vertical, na prateleira”, reparou. A lombada é a parte oposta ao corte dianteiro do livro, na qual em geral apresenta o nome do livro e do autor e a logo da editora.

Os livros não são apenas procurados por quem deseja se alimentar de saberes, mas, também, são os alvos preferidos de algumas espécies de insetos que devoram suas páginas, como traças, cupins e baratas. Para evitar os danos causados por eles é importante armazenar o livro sempre em ambiente limpo e fresco. “É preciso saber o fazer e o que não fazer. Assim teremos certeza de que estaremos contribuindo para o tempo útil desse livro que muitas vezes ele por si só já se deteriora”, contou a professora, que acrescenta que são cuidados simples que previnem manchas, marcas ou outros danos.

Cuidado especial

Você não precisa chegar ao ponto de usar luvas para ler, mas se quiser conservar seus livros muito bem, a higiene é fundamental, como contou a professora.

“Usamos luvas, primeiro para preservar o documento e, depois, para nos preservarmos. Sabemos que o papel, ao longo do tempo, vai guardando muita sujidade e ácaro, por exemplo. Antigamente, tínhamos o costume de molhar a ponta do dedo, manusear ou folhear. Mas muitas vezes estamos com as mãos nos documentos e trazemos sujidade da nossa mão ao livro, além da oleosidade da nossa pele para o documento. Então, higienize bem as mãos ou coloque luvas para se proteger e proteger seu livro”, alertou.

Outra dica importante, conforme Selma, é passar uma daquelas escovinhas com cerdas macias para “varrer” e tirar as poeiras nos cantos das páginas. Inclusive, para facilitar, você pode dividir o livro em blocos e ir “varrendo” as partes uma a uma.

Restauração: um ato de preservação

Ter um acervo grande de livros requer atenção e cuidados, trabalho feito diariamente no Cedoc da Unesc. Aqui, os exemplares da Universidade, são conservados e restaurados. “Temos todo o cuidado, na restauração, por exemplo, para preservar maior originalidade do objeto. Tomamos todos os cuidados para que as páginas sejam exatamente colocadas nos seus devidos lugares”, lembra.

O primeiro passo, de acordo com ela, é a higienização com auxílio de pincel. “Se a capa do livro estiver em condições de ser restaurada ela vai ser e ficará com a capa original, senão a gente faz uma capa, usando materiais específicos que são realmente recomendados para o uso numa restauração. Precisamos ter cuidado com tudo aquilo que guarda as nossas histórias para que possamos preservar as nossas memórias”, finaliza Selma.

Redação Portal Veneza