População reclama de atendimentos no Hospital São Marcos; IMAS justifica

Instituto que administra a unidade hospitalar alega que a demanda por conta da pandemia tem aumentado consideravelmente.

O atendimento prestado no Hospital São Marcos, em Nova Veneza, tem sido alvo de reclamações de moradores da cidade. Como no caso do mestre de obras Luiz Gaio, que é morador da comunidade de Picadão e cuja filha precisou procurar o pronto socorro da unidade hospitalar no início desta semana.

“Minha filha foi trazida para o hospital na segunda-feira, bastante ruim, a doutora disse que achava que era intoxicação alimentar e simplesmente deu um remédio para dor de estômago e mandou embora. Só que olhando a ficha, ela viu que ano passado minha filha havia sido internada com infecção intestinal. Mesmo assim não pediu exame, simplesmente deu remédio para dor de estômago e mandou embora. Depois, tive que trazer ela de novo na terça-feira, ainda bem mal. Eu penso que para ver o que o paciente tem, tem que fazer exame, mas a gente chega aqui, simplesmente dão um remedinho e mandam embora”, conta.

De acordo com o mestre de obras, não foi a primeira vez que ele passou por uma situação desse tipo. “Um ano atrás eu caí em uma obra e bati a perna, um mês depois inflamou e tive sérios problemas por conta do atendimento médico, quase perdi minha perna, precisei ficar internado uma semana”, completa.

O que diz o hospital

Por meio de sua assessoria de imprensa, o Instituto IMAS, que administra o Hospital São Marcos, informou que devido à superlotação dos hospitais por conta da pandemia e, principalmente, por conta do aumento considerável de casos de Covid-19, esse tipo de relato pode vir a acontecer.

“Todos os pacientes passam pela triagem, onde são avaliados e, de acordo com a gravidade, o médico define no momento do atendimento a necessidade de manter o paciente no hospital. Não estamos com problemas na equipe, muito pelo contrário, estão todos muito comprometidos com este momento tão difícil. Porém, devemos confiar e compreender as condutas médicas, infelizmente não conseguimos dar atenção absoluta aos casos considerados mais leves quando existem muitas emergências chegando ao mesmo tempo. Pedimos paciência e compreensão de todos, não vamos deixar nenhum paciente desassistido”, continuou o pronunciamento.

Neste cenário, o médico Marcio Lopes, diretor técnico e clínico do Hospital São Marcos, também explicou que o pronto socorro é uma porta para atendimentos de urgência e emergência. “Desde que sejam pacientes que se enquadrem nesse quesito de urgência e emergência, estamos preparados para fazer exames de diagnóstico em pacientes com infarto, AVC, fraturas, infecções graves que passamos para internação, então estamos habilitados”, acrescentou.

No entanto, o médico também confirmou que a demanda no hospital tem aumentado muito por conta da pandemia, principalmente nos últimos dias e mesmo com a existência do Centro de Triagem no município. “Pacientes com problemas respiratórios têm buscado o hospital, principalmente à noite, mas também durante o dia. Então, pedimos para que busquem o hospital somente na necessidade, para atendimentos de urgência e emergência”, finalizou.

Por Francine Ferreira