Poderemos ver uma recuperação mais rápida para a economia Brasileira?

Covid-19 causou estragos no Brasil desde que a pandemia global chegou à América do Sul, com o último fim de semana a ver o número de mortos a ultrapassar a marca dos 100.000. 

Apesar disso, as cidades brasileiras continuam a reabrir em todo o país, enquanto os especialistas alertam que o surto ainda não atingiu o seu pico no país.

Embora o futuro imediato para a economia permaneça relativamente sombrio e incerto, parte da escuridão que rodeia o Brasil levantou recentemente pela quinta semana consecutiva.

Exploraremos este assunto no artigo abaixo, enquanto questionamos se a economia brasileira pode, ou não, estar à beira de uma recuperação surpreendentemente rápida e eficaz.

Melhoraria da perspectiva econômica e alteração de leis ambientais

De acordo com os economistas do banco central, a média prevista para o producto interno bruto (PIB) do Brasil foi recentemente revisto para um decréscimo de 5.7%.

Embora isto possa não parecer encorajador, compara-se favoravelmente com uma queda média de 6,5% prevista há apenas um mês. Assim, embora tal contração ainda representasse a maior queda anual registada no Brasil, é também a perspetiva mais optimista desde Maio.

O último número também está mais próximo da previsão do próprio governo de 4,7%, sugerindo que a economia do país pode estar preparada para uma recuperação mais rápida do que o esperado antes do final de 2020.

Isto também ajudou o real brasileiro a obter ganhos significativos face ao Dólar norte-americano, com esta tendência de subida a ser sustentada por maiores influxos de greenback.

Para além da economia, o sentimento do mercado também foi melhorado pela mudança de postura do presidente Jair Bolsonaro em relação à desmatamento e sustentabilidade.

Há apenas um ano, o Presidente recebeu críticas significativas tanto de governos europeus como de investidores estrangeiros, depois de se ter recusado a condenar o impacto da desmatamentoe de se referir a isso como sendo “parte da cultura brasileira”. 

Entretanto, mudou a sua abordagem e proibiu recentemente os incêndios florestais por um período de pelo menos quatro meses durante a estação seca, ao mesmo tempo que estabeleceu uma operação militar contra a prática da desmatamento.

Criar uma economia mais verde e próspera

As ações mais recentes também foram inspiradas nos apelos a investimentos mais ecológicos no Brasil, com o ministro do Ambiente do país, Ricardo Salles, a confirmar que o Governo está a cultivar um plano mais amplo e abrangente para a criação de uma economia mais verde.

Para tal, a mudança para a desaceleração da desmatamento irá realizar-se na segunda metade de 2020, levando ao desenvolvimento de oportunidades de investimento verde e à cessação da Amazônia até 2030.

Naturalmente, este anúncio foi seguido pela notícia que as exportações brasileiras de petróleo mais do que duplicaram para 8,19 milhões em Julho de 2020 face aos números dos anos anteriores. Embora isto possa parecer contraintuitivo, dado o impulso para os investimentos verdes, no entanto deu um impulso a curto prazo à economia e também contribuiu para o desempenho robusto do real.

Além disso, a crescente protagonismo das iterações brasileiras da Black Friday e da Cyber Monday também deverá impulsionar um crescimento económico melhor do que o esperado este ano, com estes eventos comerciais a tornarem-se grandes negócios ao longo dos últimos anos.

Referida como a “Semana Brasil”, a versão nacional da Black Friday está prevista para decorrer entre 3 e 13 de setembro deste ano e deverá ser particularmente geradora do ponto de vista das marcas de ecommerce.

Isto é importante dado o impacto contínuo do Covid-19 no Brasil, que já ajudou a acelerar as vendas online e permitiu que as economias aguentassem em tempos de austeridade. 

Isto também está a impulsionar uma tendência global mais alargada, com o Goldman Sachs a prever que as vendas globais de compras online e de ecommerce aumentem 19%  a cada 12 meses nos próximos três anos.