Paulo Ricardo: Encantos e desencantos

No bloco deste mês, a participação será do professor Anísio que com muita propriedade e dedicação descreve algo atual para nossa vida:

O Dicionário Aurélio descreve o verbo “encantar” como o ato de lançar encantamento ou magia; enfeitiçar; cativar; seduzir. Quem de nós já não ficou cativado com um amanhã cheio de realizações e conquistas? Desde criança aprendemos a desejar: aquele brinquedo, aquelas férias, aquele tênis… O tempo passa, as coisas mudam, mas os desejos continuam, apesar de serem mais complexos: aquele emprego, aquele casamento, aquela casa, aquele carro… Completamente natural para qualquer ser humano, afinal, sem desejos e sonhos a vida tornar-se-ia insossa.

O problema é que muitos desses castelos acabam se desmoronando, ou seja, se desencantando: problemas familiares, desgaste ou má remuneração profissional, decepções ou traições por pessoas de nosso relacionamento, problemas de saúde, entre outros. Na verdade a questão principal não está nas realizações ou nas decepções em si que temos ao longo da vida, mas no foco que damos às coisas que estão ao nosso alcance. Quando ansiamos cegamente por alguma coisa, ou seja, quando ficamos encantados, perdemos a objetividade e corremos o risco de sucumbir, caso não tenhamos êxito.

Mas se direcionarmos o foco no objeto certo saberemos lidar com mais equilíbrio com os nossos alvos, caso tenham sidos alcançados ou não. Quero lembrar você do Salmo 37 e versículo 4 que diz: “Agrada-te do Senhor, e ele satisfará os desejos do teu coração.” Em outras palavras, tenha prazer em buscar ao Senhor, conhecê-lo, conversar com ele, obedecer. Não sabemos como acontece, mas quando colocamos nossa atenção em nos aproximarmos de Deus, Ele nos direciona e há um estado de vida em que as necessidades de nossa alma e nosso coração são atendidas, isso não é maravilhoso? E então, quando conquistarmos algo que nos alegrará teremos um coração grato a Deus e diremos aos outros que a mão do Senhor nos abençoou.

Isso não significa que tudo o que desejarmos estará em nossas mãos através da providência divina, mas teremos a serenidade e sabedoria para entendermos por que não obtemos tudo que desejamos. Afinal, Deus sabe o que é o melhor para nós, assim como um pai que não deixa seu filho pequeno mexer com fogo, apesar deste ficar chorando por desejar brincar com esta “experiência maravilhosa.” Outra questão de grande valia a ser considerada, é que se temos um objetivo de vida, então alguns passos precisam ser dados, algumas atitudes pessoais precisam ser tomadas, pois as coisas não caem do céu.

Mas a nossa atenção aqui refere-se a: Em que foco tenho colocado meus desejos? O Deus Eterno nos conhece, mesmo antes de virmos ao mundo, Ele sabe como funcionamos, conhece nossa estrutura, sabe do que precisamos, e mais, Ele não é “tira gosto de ninguém”, quer nos acolher e nos atender, mas necessário é que reconheçamos que Ele é o Senhor de nossa vida, e por isso merece nossa atenção e amor em primeiro lugar. Talvez o seu ponto de partida em colocar o coração no foco certo seja em reconhecer que Ele (Deus) já demonstrou o quanto te ama enviando seu único Filho (Jesus) para morrer pelos seus e meus pecados. Talvez seja necessário fazer uma análise do estado em que se encontra seu coração, seu “eu interior”.

Será que você está à procura do Deus Eterno e de sua vontade que preenche todas as coisas, ou está nas coisas que trazem desencantos? Meu querido (a), certamente o Senhor conhece os mais profundos sonhos de sua alma, experimente entregar a Ele tudo aquilo que você é e faz parte de sua vida. Você vai se surpreender com os encantos, ou melhor, com as maravilhas que Deus fará em você e por meio de você.

Por: Anísio Junior Pereira de Souza

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