MP oferece quarta denúncia contra ex-presidente da Multiplicando Talentos

Documento cita crimes de peculato que teriam gerado desvio de mais de R$ 700 mil.

O Ministério Público de Santa Catarina, por meio da 11ª Promotoria de Justiça da Comarca de Criciúma, ofereceu a quarta denúncia contra o ex-presidente da Multiplicando Talentos, Eduardo Milioli da Silva, citando diversos crimes de peculato que teriam sido cometidos por meio da emissão de cheques nominais, resultando em um desvio de mais de R$ 700 mil. O documento já foi peticionado e aguarda análise da 2ª Vara Criminal do município.

Conforme o promotor Diógenes Viana Alves, Eduardo determinou a emissão de vários cheques nominais para pagamento de supostos serviços prestados à Multiplicando Talentos, por meio de contas-convênio utilizadas para administrar e realizar a manutenção dos Centros de Atendimento Socioeducativo Provisório (Caseps) de Tubarão e Criciúma e das Casas de Semiliberdade de Criciúma e Araranguá, conforme os convênios celebrados com a Secretaria de Justiça e Cidadania de Santa Catarina.

“A apuração realizada, entretanto, constatou que tais cheques foram endossados e/ou descontados pelo denunciado, assim como por funcionários da Multiplicando Talentos sob seu comando e determinação, ou ainda depositados nas contas particulares do denunciado ou da própria Multiplicando Talentos, meio pelo qual o denunciado desviava recursos dos convênios”, argumenta Alves.

Com isso, o promotor afirma que o ex-presidente promoveu o desvio de R$ 701.103,32, “o que se dava mediante a emissão de cheques das contas-convênio, cujos valores foram direcionados à sua pessoa ou destinados às suas contas pessoais”, finalizou.

RELEMBRE O CASO

O agora ex-presidente da Multiplicando Talentos está detido preventivamente desde o dia 27 de julho de 2017, quando foi deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) a “Operação Talentos”. A investigação apontou desvios de recursos públicos que eram destinados por força de convênios firmados com o Governo do Estado para gestão dos Centros de Atendimento Socioeducativos Provisórios (CASEPs) de Criciúma e Tubarão e das Casas de Semiliberdade de Criciúma e Araranguá.

Até então, existiam três ações penais tramitando na 2ª Vara Criminal de Criciúma, por conta de três diferentes denúncias oferecidas pela 11ª Promotoria de Justiça. A primeira cita o ex-presidente e outras oito pessoas, com acusações pelos crimes de peculato, organização criminosa e falsidade ideológica. Essa ação penal está na fase de alegações finais, para que na sequência seja proferida a sentença pela Justiça.

Na segunda denúncia, são citados outros 11 diferentes crimes de peculato, além dos já existentes na primeira ação, que o ex-presidente teria cometido quando estava à frente da Organização da Sociedade Civil de Interesse Público. Por fim, uma terceira denúncia também já foi recebida pela 2ª Vara Criminal de Criciúma. O documento cita os crimes de peculato, lavagem de valores e apropriação indébita que teriam sido cometidos pelo ex-presidente da Multiplicando Talentos; além de um segundo indivíduo, sendo acusado de ter cometido o crime de peculato.

FRANCINE FERREIRA com edição de Willians Biehl