Nota de Repúdio à CPI da pandemia


O Sindicato dos Médicos da Região Sul Catarinense (Simersul), repudia veementemente a postura desrespeitosa dos senadores, durante à CPI da pandemia, com as médicas Dra. Mayra Pinheiro e Dra. Nise Yamaguchi, no Senado Federal. 

As profissionais foram interrompidas pelos senadores várias vezes durante seus depoimentos, sem possibilidade de concluírem suas respostas e argumentos.  Em um dos trechos de seu pronunciamento, o presidente da CPI da Pandemia, senador Omar Aziz disse: “A doutora Nise com essa voz calma, tranquila, ela é convincente. Porque quem grita não consegue convencer ninguém, mas quem fala baixo, de uma forma bastante calma, parece que passa mais credibilidade. Na realidade, quem está nos vendo neste momento eu peço que desconsidere as questões que ela diz aqui em relação a vacina. Ela não está certa. Não sou médico, mas vacina desde que me entendo por gente, vacina sempre preveniu…”  

Nise Yamagushi e Mayra Pinheiro, secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde, defendem o chamado “tratamento precoce”, ou seja, o uso de um coquetel de medicamentos na fase inicial da Covid-19. O cunho eminentemente político compromete o debate e a finalidade  da comissão parlamentar de inquérito, instaurada para investigar supostas omissões e irregularidades nas ações do Governo Federal durante a pandemia no Brasil e propor efetivas políticas públicas para a reversão do quadro da pandemia no país. 

A atitude de membros da CPI da Pandemia afronta a classe médica, que tem se dedicado exaustivamente para a reversão do quadro caótico que estamos vivendo no Brasil. Profissionais que se arriscam, estão na linha de frente, que se expõem na luta pelo bem-estar da população e não aceitam posturas inaceitáveis de políticos eleitos para representar e defender o povo brasileiro. 

Licínio Argeu Alcântara
Presidente do Simersul