Natal, fim de ano, dores e delícias

– Impressiiiiiionante: numa sociedade em que a crítica, a reclamação e contestação das posições das outras pessoas é a grande maioria principalmente nas redes sociais fui surpreendido por tantas e tantas mensagens positivas recebidas sobre o Hospital São Marcos com muitas propostas e ideias bem interessantes e viáveis.

 Agora, o melhor de tudo é que embora eu não tenha me referido em nenhum momento à este aspecto na coluna anterior me foram enviados vários depoimentos ressaltando e enaltecendo o bom atendimento no Pronto Socorro em relação ao aspecto pessoal; Enfermeiras, Técnicas de enfermagem, Médicos e pessoal do RX todos foram lembrados e na quase totalidade das vezes com gratidão e reconhecimento pela atenção e cuidados. Vivaaaaa, que coisa boa!

Imaginem agora esta turma com recursos tecnológicos e de suprimentos adequados o quanto não fariam em termos de resolutividade e de promoção da saúde.

–  Também na área da saúde o fim de 2.020 embora recheado de situações tristes e angustiantes em função da pandemia nos reservou algumas boas novidades; tivemos a formatura de mais dois biomédicos em nossa comunidade, um foi meu filho Miguel que já atua como psicólogo e agora estará comigo na área de Análises Clínicas e a outra formanda foi a Carol Romagna que para a alegria da mulherada neoveneziana se dedicara o ramo da Estética, com certeza com muita capacidade e eficiência. 

Também recebeu o seu diploma de Farmacêutico o proprietário da Crisfarma, Crispim Inácio que já tinha toda uma vida de lida diária na assistência farmacêutica e agora depois de muita luta e determinação agrega valor a sua atividade profissional. Parabéns e sucesso a todos!

 2020! Fim de ano!

E que ano… a sensação é que estamos vivendo dentro de um filme de ficção cientifica e se me tivessem dito uns anos atrás que viveríamos de máscaras pelas ruas e todos os dias iriamos contabilizar mais e mais amigos, vizinhos, conhecidos, familiares e tantos outros tristemente derrotados na batalha contra  um vírus eu não acreditaria.

 E se me dissessem que em meio a esta tragédia surgiriam muitas pessoas (incrivelmente algumas até inteligentes e instruídas) que negariam a magnitude da doença, criariam vários remédios “mágicos” embora sem comprovação científica e agora questionam a vacinação como solução, eu não só não acreditaria como sugeriria ao meu interlocutor que se internasse num bom hospital psiquiátrico ( junto com os adeptos da terra plana..) e o pior é que a motivação não é  por busca da verdade mas sim por interesses meramente ideológicos e adequados a posicionamentos políticos. É o fim dos tempos! Gente, estão morrendo pessoas aos milhares e esta deve ser a prioridade absoluta! Como é possível agirem assim com a vida e a saúde?

Vejam o caso da vacina, tem várias publicações e declarações na mídia que não só desqualificam a eficácia como criam suposições absurdas tais como que a vacina transmite o HIV, que modifica o DNA, que quem tomar vai criar asinhas de morcego nas costas… e quando pergunto:  mas de onde saiu estas afirmações me respondem: tu não viste na internet?

Ai, milhares de cientistas, médicos, etc afirmam em bases de pesquisa e estudos uma coisa, mas se um só afirma o contrário… pronto! Ora, Ora…  façam uma continha: no pior dos cenários se, por exemplo, vacinarmos cinco milhões de pessoas teremos algumas mortes por reação vacinal, digamos, exagerando, umas cento e cinquenta; se a vacina tiver uma eficácia de setenta por cento ficariam imunes três milhões e quinhentas mil pessoas.

Esta imunidade evitaria a morte de aproximadamente no mínimo trinta e cinco mil pessoas. Então, trinta e cinco mil contra cento e cinquenta… vale ou não vale a pena vacinar?

Natal

Cada vez que a imagem dos presépios invade nossas vidas e a simplicidade e beleza da manjedoura toca com ternura algo escondido nos cantinhos da alma o que me vem a mente não é nada relacionado com religião, divindade, sagrado..  etc mas sim associo aquela criança a sua trajetória como pessoa, galileu pobre, peregrinando pelos caminhos e pelas vidas do antigo Israel.

 Acho nos Evangelhos não anjos, santos e demônios, mas sim o relato impressionante de um homem de espírito livre que traça e imprime sua maneira de ver a humanidade e de conduzi-la para o caminho do bem.

O mais inacreditável de tudo é que esta jornada que se iniciou numa pequena e pobre nação do Oriente Médio dominada pelos Romanos atravessou os milênios e até hoje influencia significativamente o viver de toda a civilização judaico-cristã.

É claro que no decorrer dos tempos também foi muito desvirtuada e explorada tornando-se absurdamente abrigo para crimes e sofrimentos sem fim em seu nome mas esta é uma outra “estória”.

 Outra associação que sempre faço é a face do Jesus Menino com o rosto sangrando do Cristo Crucificado. Nestes instantes me vem a mente as palavras do filósofo: “Se eu tivesse sido o Criador deste mundo meu coração estaria despedaçado por tanta dor e sofrimento que habitam nele” e me pergunto: porque tudo não foi criado já pautado no amor e na felicidade com tudo “certinho dentro do vidrinho”?

 É claro que já recebi várias e várias explicações filosóficas, teológicas, etc… mas, se bem que também nestas horas tenho sempre uma sensação que diz: vai com calma, rapaz …  um dia, um dia …. entenderás. Acho que, então, esta é a palavra do Cristo e se traduz  em meu intimo como: Esperança !    

Obs: para quem quiser ouvir uma música pertinente com o texto acima, indico a música:” O quão tristes ”cantada por Andreas Scholl que pode ser ouvida em vários lugares da Internet como Youtube, Spotify, etc… ela narra a dor de Maria vendo Jesus na cruz.

 Bobicinha terminante: sim, é tempo de Natal e Fim de ano, então vamos sim nos dar ao direito de fazermos e curtirmos boas bobicinhas, como momentos de reflexão, de enviarmos e recebermos boas vibrações e curtirmos um pouco o lado bom desta “doce hipocrisia” que nos faz tão bem e me traz uma réstia de luz mostrando que quem sabe, ainda faremos de todos os dias um terno e suave Natal! 

Abraaaaaaaaço !