O museu é um lugar que guarda muita história, mas a construção que hoje abriga o espaço cultural de Nova Veneza também tem história. A fachada já foi restaurada, mas ainda conserva o estilo italiano da edificação e o poço erguidos pelo fundador da colônia Nova Veneza, Miguel Napoli, em 1895.
A casa que também já moradia do Padre Miguel Giacca, capela antes de ser construída a igreja Matriz São Marcos, salão de festas da igreja, jardim de infância, sede da prefeitura, câmara de vereadores, biblioteca municipal e desde 1991 abriga o museu do imigrante.
A maioria das peças expostas é relacionada ao trabalho do imigrante, como roupas, utensílios domésticos, ferramentas e fotos. Mas podem ser admirados artigos mais atuais, como toca discos, câmeras fotográficas e máquinas de escrever.
A peça mais antiga que se tem informação é um goniômetro, com idade de 120 anos, usado para medir as terras pelo imigrante Natal Coral. Muito interessantes são os crucifixos de madeiras esculpidos a canivete pelo artesão neoveneziano Angelo Moro e a bíblia escrita em latim, usada pelo Padre Miguel Giacca.
Segundo a estudante de história, e responsável pelo museu Suelen Mazzuco, as peças estão passando por um processo de catalogação e pequenas reformas para se adequar as exigências do IPHAN (Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional).
“Precisamos estar dentro do que é previsto, é uma forma de cuidarmos das peças com as devidas atenções, demonstrarmos respeito com quem nos doou os artigos e propiciar aos nossos turistas a melhor exposição possível”, diz Suelen.
A catalogação ainda está no início, não se tem ideia exata de quantas peças são, mas o museu está lotado. “Temos a intenção de expor algumas peças na festa da Gastronomia, mas é uma ideia que ainda não saiu do papel”, comenta.
Turistas de todo o Brasil visitam o museu, inclusive escolas de Florianópolis e São Paulo. “Eles vem almoçar na cidade e querem aproveitar o dia para conhecer os pontos turísticos, e procuram muito o museu para aprender mais sobre a história da cidade”, ressalta.
No ano passado 3.632 turistas passaram pelo museu do imigrante. O horário de visitação é de terça-feira a domingo, das 8h ao meio dia e à tarde das 13h às 17h. Nos fins de semana das 9h30min ao meio dia, e das 13h às 16h no período da tarde.
Flávia Bortolotto / Fotos: Willians Biehl
Realmente nosso museu é um pedaço vivo da história de Nova Veneza. Trabalhando lá há um ano nos finais de semana, tenho visto o como é importante manter esse patrimônio. Muitas pessoas ao visitarem o museu, principalmente os idosos, ficam emocionadas por poderem relembrar uma parte de sua história e suas raízes.