Atribulados pela correria da vida, raríssimas vezes nos damos conta da presença infalível e certeira da morte. Tem pessoas que evitam até pensar no assunto quanto mais discuti-lo.
Nesta época de Finados é que os pensamentos passeiam por esta seara. Eu não tenho o menor temor quanto a isso, apenas uma imensa curiosidade a respeito. Vejam bem, não há o que temer, temos duas opções: uma é que tudo se acaba e deixamos de existir; ora, se tudo acaba temer o que?Outra é que de um jeito ou outro continuamos a existir como individualidade e se continuamos a existir, muitos serão os caminhos, os desafios, novas alegrias e novas tristezas.
Logo, temer o que? Coloco isso sabendo que cronologicamente estou avançando no tempo de validade; até uma época atrás acompanhava as notas de falecimento e a maioria era de avós dos meus amigos, depois de um certo período começaram a aparecer às notas dos pais de meus amigos e agora tem até alguns amigos partindo… A fila anda… E é determinada pela sabedoria infinita da mãe natureza.
Li outro dia uma citação de Telomar Florêncio: “daqui a pouco tempo seremos só um velho retrato na estante de alguém e logo depois, nem isso…” então nada de se estressar; meu grande medo é viver mal e não morrer. O único cuidado que tenho para depois que morrer é que gostaria de ser cremado e depois, num dia de inverno com frio e sol, ao som de uma música da Brandi Carlaile (History), ter as cinzas espalhadas ao vento lá de cima do morro do hospital. Seria perfeito!
Pois bem, não é que a Igreja Católica agora baixou um decreto papal proibindo espalhar as cinzas devido à ligação do ato com “crenças panteístas” “relativas ao culto da natureza” e pela crença da ressurreição do corpo no Juízo Final somente á aqueles que estejam sepultados em campos santos; Olha, se depender de mim se quiserem ressuscitar meu corpo vão ter que catar cinzinha por cinzinha que serão espalhadas por ai… terá cinza lá pelo Santo Antonio, Jordão e conforme o vento até na Barragem… Para quem vai ficar depois que eu transcender e havendo um depois, gostaria que pensassem em mim como uma boa lembrança; quem sabe quando passarem pela minha rua, quando virem um carro igual ao meu, irem ao Ginásio de Esportes e verem um goleiro de futsal gordinho, entrarem em um laboratório para fazer um exame ou lerem uma bobagem escrita no Portal Veneza se permitam lembrar e ao menos esboçar um sorriso nem que seja só em pensamento… lá em cima perdido em meio à poeira de estrelas, com certeza, um brilhinho a mais vai iluminar o infinito, serei eu retribuindo o sorriso…
Palestra espírita!
Dando sequência ao ciclo de palestras destinado a trazer ao público as bases da Doutrina Espírita será realizada na próxima segunda, dia sete, a Palestra “Deus é Justo, justiça das aflições” a ser proferida pela palestrante Graci Macarini. Acontecerá no auditório do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Nova Veneza as 19 e 30 horas e a entrada é franca.
LARM 2016!
Com dois jogos tivemos no último final de semana a abertura da fase semifinal do Campeonato Regional da Larm 2016. Agora sim, a disputa é para valer e o Caravaggio no sábado deu importantíssimo passo para garantir a sua vaga na grande final ao bater o Cocal na casa do adversário por 2 X 0 com gols de Matheus Laguna e Beto Cachoeira.
Os azuis não deram chances aos cocalenses e venceram com relativa tranquilidade necessitando agora no Sábado, no jogo de volta de apenas um empate no tempo normal para atingirem a classificação, já o Cocal do sul precisa de vitórias no tempo normal e na prorrogação para conseguir avançar.
No domingo foi à vez do Metropolitano visitar o Araranguá. Em meio à ventania reinante as duas equipes fizeram um jogo equilibrado com muita marcação e poucas chances reais de gols o que resultou no zero a zero do placar final e deixa os vermelhos na obrigação de conseguirem ao menos um empate no tempo normal e outro na prorrogação no jogo da volta em Nova Veneza no domingo.
Se alguém ganhar nos 90 minutos leva a vaga. Nos júniores o Metropolitano bateu o Meleiro por 2 X 1 e joga pelo empate na volta enquanto o Caravaggio foi derrotado pelo Turvo por 2 X 1 e necessita de vitória. O jogo dos juniores do Caravaggio será realizado no domingo pela manhã em Caravaggio.
Ala de psiquiatria infantil no hospital São Marcos!
Importante iniciativa na área da saúde mental foi realizada em Nova Veneza nesta semana. Em parceria com o instituto João Quevedo o Hospital São Marcos pôs a disposição da comunidade 06 leitos para internação na especialidade de Psiquiatria Infantil. É uma área extremamente carente em todo o estado de Santa Catarina e vai trazer grandes benefícios aos pacientezinhos. Maiores informações pelo fone 34 36 11 44.
Futebol suíço municipal!
Continua rolando pelos gramados de Nova Veneza a edição 2016 do Municipal de Futebol Suíço. Uma das atrações do campeonato é a presença sempre polêmica da Lendas principalmente no pré e pós jogo.
A equipe foi derrotada pelo São Bento Baixo por 3 X 2, mas venceu o Caravaggio nos segundos finais também por 3 X 2 e fez 3 X 0 com tranquilidade no clássico contra o Oahlacrop. Segundo nosso repórter esportivo Angelo Gava, chama a atenção à fase artilheira do Leandro Mello e a atuação impecável do Leandro Ghislandi no último jogo; de acordo com o repórter, ele não errou um passe… !
Grupo folclórico em festa !
O Grupo Folclórico Ítalo Brasileiro de Nova Veneza comemora 25 anos de atividades. Para marcar esta expressiva data está promovendo um saborosíssimo café colonial no próximo sábado. Teremos o encontro entre atuais e antigos participantes além de toda uma programação audiovisual para relembrar da trajetória vencedora desta entidade cultural que tão bem nos representa. O valor do ingresso é de 15 reais e o evento acontecerá nas dependências do Pallazo Delle Aque ao lado da praça da chaminé.
Viva o Grêmio!
Para o desespero dos secadores colorados como o Max e o Dega enquanto o Inter patina na série A e foi despachado pelo Galo na Copa do Brasil, o “Tricolor Imortal” eliminou o Cruzeiro e está na sua oitava final de Copa do Brasil. Da-lhe Grêeeeeemio…
Dica da semana!
A dica da semana fica por conta da poesia intensa e dolorida de Moisés Alexandre:
O ser poeta!
Mas eu não sou poeta,
Apenas cuspo palavras,
Meros arremedos de poesia,
E não idolatro os poetas,
Apenas faço amor
Com suas poesias,
Às vezes tenho relações sexuais com algumas,
Sei do fardo pesado
Que os poetas carregam,
Muito mais que letras,
São sentimentos, são dores,
São rasgos na alma,
Toneladas de estigmas
Sob suas costas,
E de onde quanto mais se tira,
Mais osso é acrescentado,
É ter o silêncio gritando
Aos ouvidos sem cessar,
É ser estuprado pela dor,
E do fruto desse estupro
Conceber a poesia,
E todos amam os bebês,
E amam os bebês poesia…
Assim como com os bebês
Sorriem ao ver a poesia chorando,
Não se incomodam com sangue,
Que suja e cobre o corpo da poesia,
Assim que ela deixa o ventre do poeta,
Consideram por acaso
A escuridão de onde ela saiu?
A escuridão mais solitária
Do ventre do ser poeta…
Cada letra é um gemido,
Cada verso em grito,
Cada poema,
Um pedido de socorro,
E porque o poeta resolve então
Parir a poesia?
Poderia simplesmente abortá-la,
Porque insiste então
Em dar à luz a poesia,
Arriscando-se a morrer no parto?
O poeta, ah, o poeta precisa disso,
Ser um ser fodido é o que ele quer,
É por isso que não quero ser poeta.
Moyses Alexandre ®
