Médicos com nojo dos pacientes

21/01/2018 21:15

Quando cheguei ao hospital, estava ansioso para ser consultado e, finalmente, saber o motivo da minha dor e, assim, acabar de vez com a preocupação que me assolava. Nada melhor do que um profissional qualificado para me ajudar com isso, alguém que exerça sua profissão com amor e que tenha estudado muito para se tornar um médico e, então, salvar vidas.

Acredito que essa é umas das profissões mais satisfatórias que se pode ter. Quando, finalmente, entrei no consultório, o médico me aguardava com um dos cotovelos na mesa numa posição que parecia segurar sua própria cabeça – por um momento lembrei-me de Chico Xavier. Dei bom dia e ele nem me respondeu, só ficou olhando para algumas folhas que estavam sobre a mesa. Imaginei que estava lendo meu prontuário e fiquei quieto até ele perguntar alguma coisa, já que ele não respondeu meu cumprimento.

Passaram-se alguns segundos e ele, ainda de cabeça baixa, me perguntou o que eu sentia, então, expliquei tudo certinho para ele e, antes que eu pudesse terminar de falar, ele já escrevia algo em uma folha ainda sem olhar para mim. Quando terminei, ele me entregou a receita e me pediu para chamar o próximo.

Saí do hospital com uma mistura de sentimentos; feliz por ele descobrir meu problema tão rapidamente e, ao mesmo tempo, com medo, pois pareceu que ele nem quis saber o que eu realmente tinha. Mesmo assim, fui até a farmácia, comprei o remédio e comecei o tratamento. Passaram-se dois dias e eu não sentia nenhum tipo de melhora.

Resolvi ir até outro hospital e fazer uma nova consulta. Quando entrei no consultório, o médico me deu boa noite e perguntou o que eu sentia, há quanto tempo eu estava sentindo aquela dor, e mais um monte de perguntas. O mais admirável era que ele olhava para mim enquanto eu falava. Então, mostrei o remédio que eu estava tomando e ele ficou pasmo, me dizendo que aquele remédio era para outro tipo de doença e não para o meu problema. Após fazer alguns exames, ele me receitou outro tipo de remédio que me curou rapidamente.

Já escutei muitos casos parecidos como este que aconteceu comigo, de médicos que parecem ter nojo do paciente e que nem sequer olham na cara do indivíduo. Parece que estão sempre de mau humor e sem tempo para nada. Médicos que dão diagnósticos equivocados fazem com que o paciente gaste com um tratamento que não surte efeito nenhum.

Serão realmente capacitados? Ou simplesmente agem assim por trabalharem na rede pública de saúde? Já vi casos em que o médico atende totalmente diferente quando está em seu consultório particular. Nova Veneza sofre muito com isso, com alguns médicos desinteressados nos pacientes. Nos postos de saúde, chegam atrasados ou, simplesmente, não aparecem e não mandam ninguém em seu lugar, deixando os pacientes que acordaram cedo sem consulta. Há médicos que nem tocam no paciente e ainda ficam bravos quando são questionados.

Antigamente, ser médico era um sinônimo de confiança, hoje, já não se pode confiar mais no que dizem. Existem pessoas que vão a mais de um médico para, assim, terem certeza de suas doenças. Pessoas com medo por ouvirem tanto diagnóstico errado e até casos de morte de pacientes por negligência.

Lembrando-se de parte do Juramento Hipócrates atualizado:

“Exercerei a minha arte com consciência e dignidade.

A Saúde do meu Doente será a minha primeira preocupação.

Manterei por todos os meios ao meu alcance, a honra e as nobres tradições da profissão médica.

Sendo assim: vocês simplesmente merecem usar este jaleco?