MEC vai substituir Prova Brasil pelo Enem na avaliação do Ensino Médio

A partir do ano que vem, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) será a ferramenta adotada para avaliar o Ensino Médio no país. O governo federal pretende substituir a Prova Brasil pelo Enem no cálculo do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Anunciada nesta terça-feira em Brasília pelo ministro da Educação, Aloizio Mercadante, a troca integra uma série de medidas que serão lapidadas nos próximos meses por um grupo de trabalho formado por União e Estados a fim de reformular o Ensino Médio no Brasil.

A mobilização é uma resposta ao desempenho abaixo do esperado no Ideb, apresentado na semana passada, em que o Ensino Médio mostrou estagnação na comparação dos dados de 2009 com 2011 — no Rio Grande do Sul a média caiu de 3,9 para 3,7.

Mercadante se reuniu por duas horas com secretários de Educação dos Estados a fim de avaliar as mudanças. Conforme o ministro, é consenso de que o Enem oferecerá uma radiografia mais abrangente, já que a Prova Brasil é feita por uma parcela muito pequena de alunos — 69 mil no ano passado. Já para 2012 o Enem tem 1,5 milhão de matriculados dentro de um universo de 1,8 milhão de concluintes do Ensino Médio.

— O Enem é quase censitário, sem falar que permite avaliar outras disciplinas. Por ser uma forma de ingressar na universidade, o aluno se prepara mais para a prova — avalia o ministro.

O exame também servirá de norte para o redesenho do currículo do Ensino Médio, baseado nas quatro áreas destacadas pela prova: matemática, português-redação, ciências da natureza e ciências humanas. A secretária-adjunta da Educação gaúcha, Maria Eulália Nascimento, participou do encontro e entregou para Mercadante um resumo da reforma que o Estado vem promovendo na área. Ela concorda com o alcance reduzido da Prova Brasil e a necessidade de reformular o currículo.

— O currículo é o elo de sustentação com a escola. Na forma atual ele está falido — defendeu.

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