Margarete Ugioni: A vida sem computador

Vivemos num mundo tão cheio de tecnologias que, dias desses, minha neta de apenas cinco anos, logo pela manhã me surpreendeu com a seguinte pergunta: “Vó, como vocês faziam quando não tinha computador?” Na  hora fiquei sem saber o que responder, depois pensei que talvez ela estivesse se referindo às inúmeras tarefas que ela faz utilizando o computador, como por exemplo, digitar, pintar, jogar, ouvir histórias e também pesquisar. Sim, quando quer encontrar algum joguinho, por exemplo, ela sabe que pode pesquisar no Google e encontrar ou não o que deseja.

Respondi que antes de existir o computador, tínhamos a máquina de escrever  (comecei pelo exemplo mais prático) para digitar uma carta ou texto, por exemplo. No início era uma máquina mais simples, depois surgiu a máquina elétrica e que eu tinha os dois modelos e ambas ainda funcionavam.

Lembro que comprei minha máquina de escrever elétrica para digitar meu TCC quando me formei na Faculdade. Custou bem cara, quase o preço de um computador na época.

Na cabeça de uma criança tão pequena, que desde os primeiros meses já convive com muitas tecnologias – e percebe o seu uso – não consegue imaginar a vida sem o computador, tablet e o celular.

Até compreendo.

Aonde vamos nos vimos cercados de pessoas “conectadas”, usando seu smartphone. Não importa o lugar, sempre há muitas pessoas ligadas no seu celular, os papos são poucos, os assuntos já não são os mesmos, tudo gira em torno de Facebook, WhatsApp, Twitter, etc. Isto é fato.

Grande parte das famílias já possui algum tipo de tecnologia em casa, sem contar que até as crianças possuem celulares, que para nós professores está se tornando um grande desafio competir com recurso tão atrativo dentro da escola.

A Mariana se contentou com a minha explicação, arrancando uma promessa de que eu iria deixá-la usar as minhas máquinas assim que possível.

Diante da pergunta fiquei pensando: como alguns adultos ainda não se deram conta que a vida sem computador – como disse a Mariana – é quase impossível? Como pode alguns professores resistir tanto em usar o computador na sua prática pedagógica?

É um caso para se refletir…

Maria Margarete Olimpio Ugioni