Margarete Ugioni: Pré-aposentadoria

O ser humano nasce, passa pela infância, adolescência e começa a trabalhar. Dependendo da situação financeira da família começa a trabalhar bem cedo, ainda na adolescência. Segundo pesquisa na internet “Entendemos por aposentadoria o ato na qual uma pessoa deixa de trabalhar ativamente para passar a última etapa de sua vida de maneira descansada e livre.” (Artigo http://queconceito.com.br/aposentadoria).

Desde muito cedo estamos programados para trabalhar, produzir, render. Ficar sem produzir na minha cabeça é bem complicado.  Bem pequenina, com cinco anos, já ficava no açougue do meu pai sentadinha,  e assim que um freguês entrava chamava minha mãe para atender.  Aos quatorze anos de idade ganhei uma máquina de costura e comecei a costurar “pra fora” para poder me vestir e fazer meu enxoval. Antigamente as moças faziam enxovais, lembram?

Quando casei, cuidava da casa, tive meus três filhos e me joguei na estrada para estudar em Criciúma e ser professora. E neste ano de 2015, em setembro, completo 30 anos de trabalho no Magistério. Meus Deus como passou rápido!

Agora o medo de parar está tomando conta de mim. Já tive insônia, dor de barriga, taquicardia, pressão alta etc. Fico pensando porque isto tudo acontece quando estamos prestes a usufruir de um benefício que tanto sonhamos? A aposentadoria é o objetivo final de todo trabalhador. Será o medo do ócio, da preguiça, dos horários, dos amigos? Não sei, não consigo definir.

Sei que terei outras coisas boas e prazerosas para fazer, terei todo o tempo do mundo para dedicar à minha família, aos parentes, cuidar da casa e viajar – é o que mais gosto de fazer sempre que tenho tempo e dinheiro. Vou poder assistir sessão da tarde, ir a missa da saúde (que é à tarde), tomar um café com as amigas do NTE que se aposentaram antes de mim, ir para a academia. Ufa! Tanta coisa que se pode fazer.

Mas, gente, não dá um medinho de parar?

Ah! Esqueci de dizer que estou fazendo outro curso profissionalizante – Edificações – já é o terceiro. Penso que não vou parar mesmo, se minha mãe estivesse viva ela diria: esta guria é doente, não para de estudar nunca!