De acordo com pesquisa feita na internet, mais precisamente no site da Wikipédia, “Estigma social” é uma forte desaprovação de características ou crenças pessoais que vão contra normas culturais.”
Culturamente, no Brasil, a velhice é menosprezada em nossa Sociedade que supervaloriza o belo.
Envelhecer é um estigma, frase dita pela personagem Pilar (Susana Vieira), da novela Amor à Vida, no capítulo do dia 17 de setembro enquanto conversava com seu filho Félix (Mateus Solano). Suas palavras me fizeram prestar atenção no diálogo entre os dois, me fizeram refletir e concordar. E digo mais, a velhice é um estigma principalmente quando se é mulher.
Você discorda? Não é bem assim? Pois bem, lembremos mais um pouquinho do diálogo dos dois personagens a respeito da velhice. Observemos nossos comerciais, propagandas onde os atores são pessoas bonitas, jovens, de corpos esculturais e malhados. Preste bem atenção nos comerciais, tenho certeza que você irá concordar.
Pilar ainda nos fez lembrar que em nossa sociedade não interessa se você é uma mulher inteligente, culta, bem humorada, boa companhia, o homem sempre vai preferir uma mulher jovem, mesmo que seja burra e interesseira.
Nós mulheres recorremos a cremes, tratamentos estéticos, plásticas, a tudo que os próprios comerciais nos vendem para manter a beleza, a juventude. Porém, chega um momento que nada disso tudo adianta mais, o tempo é implacável, a velhice chega. E com ela chegam as rugas, a flacidez, o desinteresse sexual, as doenças, e no caso da personagem o abandono, a traição, a tristeza de ser trocada por uma mulher bem mais jovem e bela.
É ficção, mas sabemos que na vida real é um fato que acontece com muita frequência. Quem de nós não conhece uma história parecida com esta da novela? É mais corriqueiro do que imaginamos. Rica ou pobre a mulher é desvalorizada quando envelhece. Não só a mulher, o velho de modo geral é deixado de lado.
Diferente da cultura brasileira, a oriental, por exemplo, considera o velho a pessoa mais importante da sociedade “A cultura dessas sociedades tem como tradição cuidar bem, glorificar e reverenciar seus idosos, resultado de uma educação milenar de dignidade e respeito. Os japoneses consultam seus anciãos antes de qualquer grande decisão, por considerarem seus conselhos sábios e experientes.”
Deveríamos copiar dos outros aquilo que é bom, a mente do brasileiro precisa passar por uma grande transformação. Mas, o que fazer enquanto isso? Chorar não resolve, a gente até pode por um tempo, pode se sentir a pior das criaturas mas depois tem que encarar a realidade e fazer com que a idade avançada se reverta em benefícios. Que tal não pagar mais passagem em coletivos? Pagar entrada com 50% de desconto em espetáculos culturais? Não pegar mais fila? Estes e muitos outros são privilégios que somente a pessoa com mais idade (melhor idade, será?) poderá usufruir.
Bem, por enquanto estou fora, ainda falta muito para pegar a fila da terceira idade, rs. Será? Será que adianta eu usar meus sapatos vermelhos?!!
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