Margarete Ugioni – Atentado à minha família

08/10/2012 21:24

Quando se entra na política, ou melhor, para concorrer a um cargo público deve-se estar preparado para qualquer resultado, seja para perder ou ganhar, a gente sabe que não serão todos os candidatos vencedores, uns entram prontos para brigar até o último instante com armas adequadas a um pleito eleitoral, outros usam de recursos que a sociedade condena.

Meus leitores me desculpem, mas não posso deixar de expressar aqui, nesse espaço que me é concedido, minha indignação e desapontamento – isso sem falar no meu medo e de toda minha família – sobre o fato ocorrido na minha casa, em São Francisco do Rio Morto, Nova Veneza.

Na véspera da eleição, sábado, tínhamos nos recolhido quando fui acordada com meus filhos adentrando no meu quarto, assustados, em desespero porque nossa casa estava sendo apedrejada – isso era o que pensávamos no momento.

Ligamos para algumas pessoas que nos aconselharam a nos reservar dentro de nossos aposentos e não nos expor diante do fato; pois estávamos à véspera de uma eleição da qual meu esposo era candidato à releição, pela terceira vez, a uma cadeira de vereador e que poderia ser para nos assustar.

É óbvio que ninguém dormiu naquela noite. Por volta das cinco da manhã todos nós estávamos de pé, exceto minha netinha de 3 anos que dormia inocente e alheia ao medo que havíamos passado.

Assim que descemos percebemos um vidro quebrado na janela que ficava acima do sofá, olhando melhor víamos um furo na parede e procurávamos uma pedra, quando para nossa surpresa e susto encontramos uma bala de revólver. Meu Deus! Fico toda arrepiada e as lágrimas descem de meus olhos sem eu conseguir controlar só de lembrar o risco que corremos, agradeço ao meu genro que impediu minha descida para o andar de baixo.

Ficamos apavorados e ligamos para a polícia, tínhamos que tomar alguma providência, pois o dia estava apenas amanhecendo e não sabíamos o que podia ainda acontecer.

Saindo para fora de casa uma outra surpresa apavorante: minha casa, onde minha família dormia inocentemente, tivera sido cravejada de balas, tiros haviam sido disparados em sua direção com intenção de ferir alguém com certeza, pois sabiam que estávamos lá e que os disparos poderiam ferir alguém já que a bala que atingiu o interior da casa havia passado rente ao sofá onde toda minha família, inclusive três dos meus cinco netos, assistiam televisão e brincavam no sofá minutos antes.

 

Foi um momento de terror, jamais imaginávamos que tamanha covardia e maldade pudessem acontecer conosco, morando numa cidade pequena, onde todos se conhecem e se respeitam independente de partido político, credo, escolha sexual, profissão, etc.; jamais, na pior das hipóteses, pensei que não tivessem piedade das crianças que ali estavam pelo menos.

Será que a violência das grandes cidades chegou até nossa tão amada cidade? Será que as escolhas partidárias não são mais respeitadas entre nós, que sempre convivemos pacificamente nos momentos políticos? O que pode levar alguém a fazer tamanha crueldade? Amedrontar? Intimidar? Acuar? Ferir ou matar?

É uma pena que já não tenhamos mais uma campanha tranquila, ordeira, respeitosa.

Mas agradeço a Deus e ao nosso anjo da guarda por ninguém ter se ferido, isso é o mais importante.

Em tempos de política tudo acontece, seja cidade grande ou pequena, os ânimos estão fervendo e as pessoas, muitas vezes não raciocinam e cometem erros que poderão se arrepender um dia – será?

Assim espero!