João Paulo e a hipocrisia da arbitragem brasileira

Entre os incontáveis problemas de Mazola Júnior para a sequência da Série B está João Paulo. O atacante, que foi um dos raros acertos da diretoria do Criciúma na temporada 2018, está fora de combate por aproximadamente 30 dias, com dores na tíbia – região onde já operou em temporadas passadas.

O motivo da contusão esteve longe de ser um acidente de trabalho ou um casualidade. João Paulo sofreu uma entrada extremamente violenta do goleiro do Londrina, Vagner, que saiu da área em uma bola lateral para dar um carrinho voador no atacante do Criciúma. O árbitro paulista Leandro Bizzio Marinho nem falta deu – num lance passível de expulsão para o arqueiro adversário.

O desprezo do árbitro pela jogada mudou os rumos da partida. O Criciúma precisou se virar sem seu principal atacante, jogou no 11 contra 11 até o fim e Vagner fez importante defesa em cabeçada de Nicolas (que entrou no lugar de João Paulo) minutos depois de tirar o jogador do Tigre do confronto.

O lance escancara a hipocrisia da arbitragem brasileira, cada vez mais melindrada e preocupada em manter a ordem através de broncas e demonstração de autoridade do que coibindo a violência e quem, de fato, não quer jogar.

Tão rotineiro é ver árbitro que dá uma bronca aqui, outra ali. Que segura o jogo com uma falta lá e com outra acolá. Que chama a atenção do técnico e odeia ouvir um “pio” dos jogadores. Mas com entradas violentas, faz vistas grossas.

É a síntese da arbitragem brasileira. Adora posar de defensora da moral e do controle do jogo, mas peca em algo básico, que é preservar pela integridade física dos atletas.

Em suma, o Criciúma, apesar dos três pontos conquistados diante do Londrina, fundamentais na luta contra o rebaixamento para a Série C, foi o maior prejudicado. João Paulo ficará fora de embates importantes, como o de terça, 24, contra o CRB, enquanto Vagner e Marinho seguirão participando da Série B normalmente. Uma piada que só suja a já encardida imagem da arbitragem brasileira.