Irmãs cubanas unidas pela medicina em Nova Veneza

“Nossa formação é fazer o bem”, afirmou a médica cubana Ada Irkis Columbié Grimon, 47 anos e 19 de profissão, ao ser indagada sobre seu emprego. Junto com a irmã, Yaneya Márquez Silot, 40 anos e 16 de profissão, que já há oito meses atua em Nova Veneza, Ada começa nesta quarta-feira, 16, sua missão nas comunidades do interior. Elas fazem parte do programa Mais Médicos do governo federal. Não foi fácil para as irmãs trabalharem juntas. Inicialmente Ada iria trabalhar na Bahia, mas conseguiu transferência para o município de Içara. Trabalhou também em Balneário Rincão antes de conseguir, com a ajuda da secretária de saúde, Santina Izé, instalar-se em Nova Veneza. Na cidade não foi difícil a integração com a comunidade. Nem o idioma, empecilho nos primeiros dias, atrapalha a convivência. “Por todos os lugares que passei fui bem recebida e agradeço de coração. Mas estar aqui nesta cidade linda, com pessoas acolhedoras e junto da minha família afasta as tristezas e alivia a saudade de casa”, revelou Ada. A irmã recém-chegada concorda. “Aqui vocês tem algo especial, o acolhimento é natural, como se nos conhecêssemos há anos”. De acordo com o prefeito, juntas, elas vão atender as Unidades Básicas de Saúde de São Francisco, São Bonifácio, Rio Cedro Alto, Vila Maria, São Bento Baixo, Jardim Florença e Rio Cedro Médio. “Só ouvimos elogios da comunidade, por isso apostamos no programa”.

Divergências encontradas 

Existem algumas diferenças no sistema de saúde brasileiro que as irmãs destacaram. “No Brasil a quantidade de psicotrópicos consumida é muito maior e nem todos os atendimentos são gratuitos como em Cuba”, revelou Yaneya, popularmente conhecida por “Ya” na cidade. Segundo as irmãs, no seu país de origem a formação delas é focada no atendimento humanitário, lá se trabalha mais a medicina preventiva que a curativa. Outra divergência está no trato com os pacientes. “Buscamos dar atenção integral, cuidando tanto da parte biológica quanto da psicológica”, contou a médica. Ada já esteve na Guatemala e Venezuela, Yaneya já trabalhou na Nicarágua. Para elas o sistema de saúde brasileiro é bastante organizado, porém a morosidade no processo é uma barreira.

 Flávia Bortolotto

Irmãs cubanas unidas pela medicina em Nova Veneza

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