Quem conhece a história de Nova Veneza, com certeza já ouviu falar nas Irmãs Beneditinas da Divina Providência. Mas você sabe como as religiosas chegaram à região? Domingo próximo, 28 são os 85 anos desde que as primeiras Irmãs desembarcaram em nosso país e, para celebrar esse marco, vamos conhecer um pouco dessa linda história.
Era o ano de 1936, época marcada pela onda migratóriade italianos (desde o século XIX) para o Brasil, especialmente para o extremo Sul Catarinense. Foram tantas as famílias que deixarem a Itália com destino à região que, ao se instalarem em terras brasileiras e colonizaram e assentaram na “Colônia Nuova Venezia”, em referência à Veneza italiana. De tradição católica, a comunidade buscou assistência religiosa com o saudoso Cônego Miguel Giacca (que também era italiano da região do Piemonte). Sozinho, ele era o responsável pelas celebrações, sacramentos e acompanhamento espiritual daqueles imigrantes e seus filhos.
Com o passar do tempo e com o aumento considerável no número de habitantes do lugarejo, Padre Giacca viu a necessidade de um auxílio missionário. Buscou essa ajuda com irmãos de sacerdócio, que lhe indicaram buscar esse reforço religioso na Itália sua terra natal. Giacca é oriundo do município de Cuneo que fica na Província de Turín, ele buscou essa ajuda na cidade de Voghera, onde uma nova família religiosa florescia: as Irmãs Beneditinas da Divina Providência. Conhecendo o Carisma das Irmãs por intermédio do Dr. Cesare Tibaldeski, ele contactou a então superiora-geral, Madre Elena Arbasino, para lhe fazer o convite missionário para a instalação da Congregação em terras brasileiras.
Madre Elena enxergou neste convite do Cônego Giacca o chamado da Divina Providência, pois abrir a Congregação às necessidades missionárias da Igreja era algo pelo qual as Irmãs vinham rezando desde o nascente Instituto. Diante disso, e com ainda mais oração, o convite foi aceito e sete freiras foram enviadas ao Brasil; as Irmãs: Faustina Oldani, responsável pelo grupo, Ferdinanda Cossiga, Flavia Franchini, Aurélia Omarini, EligiaNobile, Giorgina Molinari e Frederica Maga. Foram 24 dias de viagem até a chegada em Nova Veneza, no dia 28 de fevereiro de 1936.
A chegada das Irmãs foi motivo de grande festa para todo o povo neoveneziano. Já instaladas na cidade, as religiosas missionárias Beneditinas da Divina Providência passaram a auxiliar Giacca em todos os trabalhos eclesiástico realizado nas comunidades, especialmente o cuidado com os doentes do Hospital São Marcos. Impulsionadas pelo Carisma Beneditino, as religiosas não se detiveram apenas ao cuidado dos doentes. Logo se abriram para outras necessidades pastorais, como a catequese e a educação dos filhos dos migrantes.
Com a ajuda do Giacca, adquiriram um imóvel em frente à Matriz São Marcos, para ser a sede da missão no Brasil. Hoje um marco da cidade, a Casa das Irmãs é um dos imóveis mais conhecidos de Nova Veneza, tendo sido utilizado como escola e internato ao longo das décadas. Foi também nesta época que as primeiras vocacionadas brasileiras, que desejavam seguir a vocação religiosa, ingressaram na Congregação, perpetuando até os dias atuais a missão imputada às primeiras sete religiosas a desembarcarem no Brasil, por meio da inspiração providencial das veneráveis servas de Deus Maria e Giustina Schiapparoli, fundadoras das Irmãs Beneditinas da Divina Providência.
Anos mais tarde, esse serviço missionário se expandiu e alcançou outros Estados brasileiros, como: Rio de Janeiro e Minas Gerais. Hoje, as Irmãs Beneditinas da Divina Providência estão presentes em doze estados brasileiros: Paraná, Santa Catarina, Mato Grosso, Goiás, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Maranhão, Piauí, Tocantins e Amazonas, além de quinze países: Itália, Brasil, Paraguai, Guiné Bissau, Bolívia, Albânia, Romênia, México, Quênia, Índia, Argentina, Malawi, Moçambique, Tanzânia e Sri Lanka.
Neste ano devido a pandemia do Covid19, não haverá comemorações festivas, somente pelas redes sociais e no sábado 27, uma santa missa na igreja matriz São Marcos em comemoração pelos 85 anos deles em Nova Veneza. “Una bela stroria d’amore al prosimo!!!”