Governo federal vê risco de racionamento de energia

Tachada como ridícula pela presidente Dilma Rousseff há duas semanas, a hipótese de racionamento de energia entrou no radar do governo federal com a constante queda dos níveis dos reservatórios. A questão é que agora passamos a considerar algo que antes não fazia sentido pensar, disse uma fonte da área técnica. O nível dos reservatórios está baixando, então não podemos fechar os olhos”, completou.

A possibilidade de se repetir em 2013 o apagão de 2001 é, porém, considerada pequena tanto no governo quanto no setor privado, embora a Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres (Abrace) tenha sugerido nessa segunda-feira que os grandes consumidores avaliem a redução voluntária de suas demandas neste momento, numa espécie de racionamento branco.

O risco maior é de aumento nas tarifas. Nesse caso, o corte nas contas de luz prometido pela presidente Dilma em rede de rádio e TV, em setembro, pode ficar menor do que o originalmente estimado, já que as térmicas – mais caras – continuarão em operação por mais tempo. O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), órgão do governo responsável por acompanhar e avaliar o suprimento de energia no País, se reunirá nesta quarta-feira para avaliar a situação.

O Ministério de Minas e Energia diz que é um encontro rotineiro, já agendado. Ainda assim, houve nervosismo no mercado financeiro. Apesar do início do período úmido, o nível dos reservatórios só cai desde novembro. A expectativa era que as chuvas de dezembro melhorassem o nível dos lagos. Mas a combinação entre volume baixo de água e consumo elevado com o calor piorou a situação. No subsistema Sudeste/Centro-Oeste, que tem 70% do armazenamento do País, os reservatórios estão em 28,5%

EBC

Torre de transmissão da TELESC, na comunidade de São José em Nova Veneza - Foto: Willians Biehl
Torre de transmissão da TELESC, na comunidade de São José em Nova Veneza – Foto: Willians Biehl