Golpes Online relacionados à COVID-19 são Problema Crescente no Brasil

No meio da pandemia, outro fenômeno perigoso tem se alastrado pelo território brasileiro: a incidência de golpes e fraudes online relacionados à COVID-19. Aproveitando-se do contexto atual que aumentou o trabalho remoto, os hackers têm desenvolvido verdadeiras armadilhas para roubar dados de usuários no Brasil.

Passando-se por empresas como Zoom, Google Meet, Microsoft Teams e até mesmo a Organização Mundial da Saúde, os golpistas enganam as pessoas com e-mails e páginas falsas que direcionam as vítimas a links maliciosos, onde são incentivadas a fazer downloads de malwares e compartilhar seus dados pessoais com os criminosos.

Vacina em foco

Nos últimos meses, as estratégias mais frequentes têm abordado a questão da vacina para atrair os usuários e se aproveitar da situação de calamidade que enfrenta o país. Especialistas em segurança online recomendam que os internautas tenham cuidado especial diante de mensagens contendo ofertas como venda de imunizantes privados, agendamentos suspeitos, promessas de possibilitar ao usuário furar a fila da vacinação, entre outras propostas similares por e-mail ou WhatsApp.

Demais conselhos seguem no sentido de desconfiar de chamadas apelativas ou generalizadas demais. Muitos desses e-mails falsos trazem um tom de urgência e instigam o medo das pessoas, enquanto usam termos como “cidadão” ou “cliente” no lugar do nome do destinatário. Na dúvida, o melhor é sempre que possível verificar a procedência das informações recebidas através de veículos de comunicação legítimos dos órgãos oficiais.

Prevenção deve ser prioridade

Além dessas estratégias básicas, outras medidas também podem ser tomadas para aprimorar o nível de segurança dos usuários na internet. A chave, neste aspecto, é investir em prevenção, afinal, os hackers não querem ter trabalho para aplicar seus golpes e vão dar preferência a alvos mais frágeis e vulneráveis. 

Uma boa prática para se proteger é o usuário estar consciente do tipo de rede a que se conecta. Uma grande fonte de ameaças (que é muito subestimada pela população) são as redes Wi-Fi públicas disponibilizadas gratuitamente em espaços como hotéis, restaurantes e aeroportos.

Essas conexões são, em geral, abertas e incrivelmente fáceis de serem hackeadas, sendo um prato cheio para agentes maliciosos. Para se ter uma ideia, em um estudo na Inglaterra, bastaram pouco mais de dez minutos para uma garotinha de sete anos conseguir invadir uma dessas redes em Londres, após seguir um simples tutorial no Google.

Assim, o ideal é que os usuários não utilizem dessas conexões. Mas, caso seu uso seja imprescindível, a recomendação é que eles se protejam por meio de uma ferramenta que consiga melhorar o nível de segurança dessas redes públicas. É o que fazem as chamadas VPN.

Para quem ainda não sabe o que é uma VPN, ela é uma tecnologia digital que funciona como um túnel seguro de criptografia capaz de “cobrir” todas as informações trocadas através do tráfego de rede do usuário. Com ela, portanto, os dados de navegação ficam ilegíveis aos olhos de terceiros não autorizados, aumentando não só a segurança da conexão, mas também sua privacidade.

Falando em privacidade, é relevante ressaltar que de nada adianta implementar protocolos de proteção externos se o próprio usuário não tem boa conduta em seu cotidiano na internet. É preciso, acima de tudo, limitar a quantidade de informações pessoais que se compartilha online, em especial, nas redes sociais.

Perfis em plataformas como Facebook, Twitter e Instagram são, em muitas ocasiões, uma grande fonte de oportunidades para hackers que estão à procura de novos alvos. Então, é essencial que o usuário não faça dessas mídias uma janela aberta para esses criminosos, compartilhando com o público apenas o mínimo necessário.

Vale também dedicar algum tempo às medidas de segurança digital em sentido amplo, como a manutenção de um bom antivírus (preferencialmente um com função anti-spam) e a atualização regular de todos os seus dispositivos e aplicativos.

A combinação de um programa de defesa de qualidade com as versões mais recentes dos seus sistemas operacionais pode oferecer um enorme obstáculo às atividades maliciosas dos cibercriminosos. E isso é importante, já que, como mencionado antes, eles não querem ter trabalho em seus golpes, então quanto mais dificuldades um alvo oferecer, menos atraente ele será.