Golpe dos nudes: cresce o número de golpes extorquindo dinheiro através de fotos íntimas

Golpes pelas redes sociais são cada vez mais comuns e fazem cada vez mais vítimas

Os grupos criminosos que agem extorquindo vítimas são criativos e organizados. Uma das formas que atualmente vem fazendo vítimas em Nova Veneza e região é por meio da criação de perfis falsos nas redes sociais. 

O grupo criminoso inicia uma conversa e, passado certo período, os alvos, que geralmente são homens, começam a enviar e receber fotos íntimas. Após isso, são constrangidos mediante ameaças por meio de mensagens em aplicativo de conversa e ligações, a efetuar depósitos bancários para que não sejam divulgadas suas conversas e imagens. 

Outra forma de chantagem utilizando as conversas, consiste no contato de um falso policial de uma falsa delegacia, afirmando que a vítima trocou fotos íntimas com uma suposta adolescente, e assim, exige dinheiro para “encerrar” o caso.

“Essas pessoas são especialistas nisso, após o recebimento do dinheiro eles apagam todos os rastros e somem, a internet facilitou muito”

Carlos Cardoso Furtado Sobrinho

Conforme o agente responsável pela delegacia da Polícia Civil em Nova Veneza, Carlos Cardoso Furtado Sobrinho, além desse tipo de golpe que está bastante em evidência, outras formas de extorsão também são utilizadas. Muitas vezes o criminoso se passa por um familiar pedindo dinheiro emprestado, por exemplo. “É preciso muito cuidado, não se exponha em redes sociais. Não exponha seu patrimônio e se perceber que a conversa vai para esse rumo, bloqueie de imediato. Essas pessoas são especialistas nisso, após o recebimento do dinheiro eles apagam todos os rastros e somem, a internet facilitou muito”, alertou.

Condenação

Em julho de 2021, um grupo formado por três homens e duas mulheres que extorquia vítimas com ameaça de divulgar “nudes” foi condenado pelo juízo da 1ª Vara Criminal da comarca de Criciúma, por organização criminosa, extorsão e lavagem de dinheiro entre outros crimes. Segundo a decisão, os acusados constituíram organização criminosa, de forma estável e permanente, a fim de praticar crimes de extorsão na cidade. O grupo atuava de forma organizada e com clara divisão de tarefas. Entre março de 2019 e maio de 2020, seis vítimas do grupo realizaram pagamentos no total de R$ 61 mil. 

O homem que chefiava o grupo foi condenado à pena de 30 anos e quatro meses de reclusão, em regime inicial fechado, e ao pagamento de 103 dias-multa pelos crimes de organização criminosa, extorsão, lavagem de dinheiro, posse de arma de fogo, receptação e adulteração de sinal identificador de veículo.

A mulher que também comandava a organização foi condenada por organização criminosa, extorsão, lavagem de dinheiro e posse de arma de fogo, a 13 anos e seis meses de reclusão e 49 dias-multa. Os outros dois acusados foram condenados a penas entre 15 e sete anos, e a segunda ré foi condenada a três anos de reclusão.

Por Flávia Bortolotto e Willians Biehl