Na última semana, o longa-metragem Azambuja, que conta a história da imigração italiana no Sul de Santa Catarina, estreou em Nova Veneza. A história do filme é baseada em dados históricos mesclados com dramatização. O roteiro conta que em meados de 1800 a Itália passava por uma grande crise econômica. A fome e as guerras assombravam o país. No meio disso, surgiu para muitos uma chance de mudar de vida, uma nova terra de muita fartura e oportunidade, a América. O filme retrata a partida e a chegada, as promessas e a realidade dos imigrantes da primeira colônia do sul de Santa Catarina.

O diretor, Josué Genuíno, conta que o longa foi gravado em 10 municípios: Orleans, Pedras Grandes, Treviso, Urussanga, Siderópolis, Criciúma, Nova Veneza, Morro Grande, Laguna e Tubarão. Nova Veneza, além de servir de cenário para a história, também emprestou para a obra um dos protagonistas, o ator Ricardo Mazzorana. A atriz Vanessa Begnini também faz participação no filme, bem como as vozes de Mari e Ângela Ghislandi, que cantam músicas da trilha sonora.

Mais de 250 pessoas estavam envolvidas no projeto, que tem 82 minutos de duração e classificação indicativa livre. Para Genuíno, a maior dificuldade foi gravar o longa durante a pandemia da Covid-19. Mas nem os cancelamentos e restrições impediram a equipe de continuar as gravações. “Tudo no filme é original, desde o roteiro, trilha sonora, até a identidade visual. A gente se preocupou e se dedicou em cada detalhe, para ser uma obra realmente rica, assim como foi a história dos imigrantes”, falou.

Mais respeito e valorização da história

Ricardo Mazzorana já atuou em alguns curtas, peças teatrais e é dançarino desde muito jovem. O ator foi um dos convidados para ingressar no longa, e faz o papel de Valentin, o primogênito de uma família italiana que vêm para o Sul de Santa Catarina atrás de um sonho. É um dos personagens principais da trama.

A participação no documentário, trouxe para o ator ainda mais respeito com seus antepassados, valorizando a história de luta e superação dos imigrantes que colonizaram a região. “O filme retrata a história que a gente ouve desde criança, mas sentimos na pele durante as gravações, um pouco do que aquelas pessoas passaram. Uma vida de sofrimento, dívidas, nenhum suporte e muita luta. Certamente a história vai impactar a todos que puderam assistir a obra”, comentou Ricardo.

Homenagem

Um dos patrocinadores da obra foi a rede Bistek de supermercados, que através de seu sócio, Sanciro Ghislandi, promove vários projetos de fomento à cultura. Em Nova Veneza, um grande parceiro em seus projetos culturais foi Nicola Gava, um cidadão engajado com a vida cultural de Nova Veneza, e que já foi secretário de cultura no município.

Ele foi um dos idealizadores do documentário e chegou a ter participação no início das gravações, mas faleceu por consequências da COVID-19. “O resultado foi fenomenal, mostra uma realidade que muitos não imaginam e é enriquecedor para nós poder contar com esse registro que faz parte da nossa história. Quanto aos projetos que Nicola e eu tínhamos, vamos seguir dando continuidade aos ideais dele que tanto fez pela cultura da nossa região”, contou Sanciro.

Por Flávia Bortolotto