Falta de combustível já provoca mudança no hábito em Nova Veneza

Situações cotidianas se adaptam ao atual cenário de desabastecimento.

A greve dos caminhoneiros que neste sábado, 26, entrou no seu 6º dia, e em Nova Veneza a gasolina, assim como em toda a região, foi o primeiro item a sofrer com a escassez, forçando a população e comerciantes a se adaptarem à nova realidade.

Um exemplo disso está acontecendo no setor de fast-food, onde antes da greve as entregas eram feitas principalmente por motoboys, agora, pelo menos um estabelecimento do centro de Nova Veneza já adotou a bicicleta como veículo oficial.

O motorista Márcio Vieira Moro, de 28 anos, que possui dois empregos e também trabalha como motoboy na entrega lanches, apesar de ter sido diretamente afetado pela paralisação, não se importou com a mudança. “Complica um pouco, mas a greve é importante pra gente tentar mudar as coisas,” disse Moro.

Estoques nos supermercados

Nos supermercados de Nova Veneza a previsão é de que produtos comecem a faltar nas prateleiras já a partir deste domingo, 26, começando pelo hortifrúti. Um item que já não há mais estoque são os ovos, como explicou o proprietário dos mercados Bel Mercearia, Gabriel Freitas (áudio).

No Caravaggio, o proprietário do Mercado Pavan, Anderson Pavan, afirmou que apesar de alguns itens já estarem faltando, se a greve continuar o estoque com os principais produtos ainda devem durar até a próxima quarta-feira, 30.

Continuação da greve

Após o pronunciamento do presidente Michel Temer, na última sexta-feira, 25, a Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam), emitiu nota criticando a conduta do governo.

Comunicado Oficial

Brasília, 25 de maio de 2018

Após o pronunciamento do presidente da República, Michel Temer, no início da tarde desta sexta-feira, 25, a Associação Brasileira dos Caminhoneiros – Abcam, preocupada com a segurança dos caminhoneiros envolvidos, vem publicamente pedir que retirem as interdições nas rodovias, mas, mantendo as manifestações de forma pacífica, sem obstrução das vias.

Já mostramos a nossa força ao Governo, que nos intitularam como minoria. Conseguimos parar 25 estados brasileiros com mais de 504 interdições.

Vale lembrar que a Abcam continua sem assinar qualquer acordo com o Governo e mantém o pedido de retirada do PIS/Cofins sobre o óleo diesel.

A culpa do caos que o país se encontra hoje é reflexo de uma manifestação tardia do presidente Michel Temer, que esperou cinco dias de paralisações intensas da categoria. Estamos desde outubro do ano passado na expectativa de sermos ouvidos pelo Governo. Emitimos novo alerta no dia 14 de maio, uma semana antes de iniciarmos os protestos.

É lamentável saber que mesmo após tanto atraso, o presidente da República preferiu ameaçar os caminhoneiros por meio do uso das forças de segurança ao invés de atender às necessidades da categoria.

Sendo assim, nos resta pedir a todos os companheiros que desobstruam as rodovias e respeitem o decreto presidencial.

JOSÉ DA FONSECA LOPES
Presidente da ABCAM

Willians Biehl