E o mundo nunca mais será o mesmo…

Com a pandemia do Coronavírus, a população está revendo seus conceitos. Em recentes conversas com muitas pessoas, ouvi de várias delas que pretendem mudar seu modo de vida. Muitas citam que embora necessário, o dinheiro não é suficiente para protege-las.

As relações sociais devem sofrer mudanças significativas, permitindo uma maior interação entre as pessoas, diminuindo a estratificação social determinada pela renda ou pelas posses. Nestes tempos de pandemia, viu-se que todos somos iguais.

Ninguém é melhor que ninguém e que até mesmo pessoas abastadas morrem por falta de ar, que não custa nada. Enfim, espera-se que após este conturbado período, todos saiamos dele pessoas melhores, que valorizem muito mais o ser do que o ter. Que as possamos viver com mais igualdade, com simplicidade e que não apenas os valores monetários e financeiros sejam os determinantes da nova ordem social mundial.

Crescimento da economia, inflação, câmbio, juros e comodities

Independente da fonte, há uma unanimidade em relação ao desempenho do PIB em 2020. Todos estão prevendo uma queda de mais de 4,0%, inclusive com o próprio Banco Central em seu último Relatório Focus esperando queda superior a 5%. Esta queda deve repercutir nos resultados das eleições deste e dos próximos anos.

Mesmo que a maioria dos países sejam afetados pela queda do PIB, no Brasil o efeito desta queda será amplamente explorado pela oposição, a qual procurará creditar o fracasso da economia ao governo em exercício. O lado positivo é que a mediana das previsões para 2021 preveem um crescimento de 3,2%, recuperando em boa parte a queda do ano de 2020.

Com a queda, a taxa esperada de inflação também caiu de 2,2% para 1,97% ao ano, uma vez que com menor geração de riqueza, haverá menor demanda e consequentemente menor pressão sobre os preços. Em relação à taxa de câmbio, a mediana subiu de R$ 5,08 para R$ 5,30 no final de 2020, ao passo que recuou de R$ 5,20 para R$ 5,10 ao final de 2021. Para a taxa SELIC. Enfim, apesar das previsões pessimistas para este ano, deverá haver uma retomada no próximo ano. A economia é assim, feita de altos e baixos.

Auxílio emergencial

O Governo Federal começou a pagar a segunda parcela do auxílio emergencial no valor de 600 reais aos trabalhadores informais e pessoas de baixa renda inscritos no cadastro social do governo e no Bolsa Família.  Para as mulheres mães e chefes de família o valor é de 1200 reais.  A Caixa está fazendo os pagamentos conforme o calendário abaixo:

Calendário de depósitos para beneficiários do Bolsa Família

E o mundo nunca mais será o mesmo...

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Qual a percepção dos gestores para o Brasil no pós-pandemia?

 Segundo uma pesquisa divulgada pelo Bank of América feita com 32 gestores da América Latina entre 11 e 15 de maio. Para 56% dos entrevistados, o maior risco é que a agenda extraordinária de combate ao Coronavírus leve a um descontrole das contas públicas no Brasil. Para 20% dos entrevistados, a crise política é a principal preocupação.

Também aparece na pesquisa a preocupação de uma segunda onda do Covid-19. Atentos a isso, 38% dos investidores estão adotando instrumentos de proteção contra realizações mais contundentes dos mercados, ficando 5 pontos percentuais acima dos patamares históricos de 33%.

A previsão de contração do PIB Brasileiro segundo o BofA é de 7,7% em 2020. 62% dos gestores acreditam que o Ibovespa terminará o ano acima dos 80 mil pontos, contra 76% no mês passado. Além5 disso, apenas 26% dos investidores disseram ter planos de aumentar a alocação em bolsa, o menor nível desde agosto de 2018.

Aponta ainda que, apesar dos prognósticos em baixa para o PIB e a revisão da perspectiva de rating pela Fitch, 65% dos que responderam ao questionário esperam que o Brasil recupere o selo grau de investimento de bom pagador. Mas somente a partir de 2023. Preveem ainda que a taxa de câmbio estará em R$ 5,90 em dezembro e a Taxa Selic em 2,5% naquela data. Conforme vê-se na pesquisa, as previsões para este final de ano não são nada animadoras, embora espere-se um crescimento vigoroso de mais de 3% do PIB em 2021.

Retração nas vendas de veículos por estado impactados pelo Covid-19

Segundo reportagem publicada pelo Infomoney no dia 19 de maio, de autoria de Raphael Galante, consultor automotivo a 14 anos, “dentro desse Brasil continental, essa retração não pode ser (nem é) linear.

Alguns estados sofrem mais e outros menos”. Para o repórter, o mercado automotivo entrou num novo ciclo de caos, regredindo ao patamar de 1992, com queda de 27% em média no país no primeiro quadrimestre de 2020.

O desempenho só não foi pior devido as vendas de carros de luxo, que dispararam no período alavancadas pelo volume de crédito ofertado pelas financeiras e bancos. Analisando por estado, Roraima teve crescimento de 8,26%, ficando em primeiro lugar, enquanto o Piauí apresentou queda de 40,3%. Santa Catarina apresentou queda de 23,4%. No gráfico abaixo é possível verificar o desempenho por estado.

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Tirando o estado de Roraima, o único a registrar crescimento nas percebe-se que nas regiões onde o agronegócio é bem forte (Centro-Oeste e Norte), a retração nas vendas ficou por volta de 14% – praticamente a metade do que o setor registrou em todo o país. Os estados de SP e RJ tiveram retração de 36,3% e juntos respondem por 30% das vendas de veículos no Brasil.

Este desempenho deve-se em grande parte às medidas de fechamento do comércio, as quais trouxeram uma forte queda no número de veículos vendidos. O grande problema é que as concessionárias só teriam fôlego para aguentar 4 meses e estamos chegando no quarto mês. O país corre um sério risco de desestruturar um setor que tem participação efetiva no PIB.

Em tempos de Covid-19 o ouro tem cotação recorde

Em tempos de enfraquecimento da economia global, juros baixos e aumento da liquidez, os investidores procuram ativos com maior segurança como o dólar e o ouro para composição de seus portfólios.

O dólar já é tradicionalmente um investimento de proteção em momentos de crise, mas os metais preciosos, dentre eles o ouro, também são utilizados como forma de diversificação dos riscos. Com valorização de 34% nos últimos 12 meses, sendo 14,3% apenas neste ano, o ouro bate recorde de preço chegando ao preço de 1.756 dólares por onça troy ( uma onça troy equivale a cerca de 31 gramas).

Porém, o investidor deve tomar cuidado ao investir no metal, pois em momentos de economia mundial estabilizada a tendência é que o preço caia. Portanto, quem comprou ouro a tempos atrás e já tem boa rentabilidade deve ficar atento aos próximos movimentos de preço do metal.

Para quem pretende investir neste ativo há diversas formas: pode comprar o ouro físico, pode comprar o ouro-papel, ou seja, títulos representativos de uma quantia em ouro ou mesmo investir em fundos multimercados lastreados em dólar e ouro. Uma boa alternativa de investimento e que oferece uma dupla proteção é o investimento em fundos de ouro em dólar, pois pode se beneficiar do aumento do ouro e da variação da moeda ao mesmo tempo.

Importante lembrar que atualmente não há consenso sobre a tendência do preço.  Um grupo defende que o preço já está muito esticado e recomenda venda, enquanto outro grupo avalia potencial de alta, recomendando compra. Segundo um grande banco Suíço, com a recessão batendo à porta deverá haver um aumento na demanda do metal e isso levará o seu preço a níveis estratosféricos.

Mas quais os fatores que podem acelerar a subida dos preços? Em meio a esta pandemia, assistiremos um aumento na guerra comercial entre os países. O protecionismo volta com força. Com isso, muitos gestores de capital e investidores qualificados irão buscar proteção no metal, o qual pode passar a casa dos 2 mil dólares. As cartas estão dadas, façam suas apostas senhores.