Domingo em família

Estou sentada, sozinha neste momento, olhando pela janela o domingo maravilhoso que está fazendo. Domingo de inverno ainda, com um pouco de vento, com sol e cheiro de café. Ou de comida mesmo, pode até ser. 

Senti uma saudade!

Mas saudade do quê e de quem você deve estar se perguntando. Senti saudades dos meus tempos de criança quando uma tia vinha nos visitar, com seus filhos todos, para tomar um gostoso café e conversar sobre a vida, sobre seus filhos como é assunto comum entre parentes.

Todo domingo era comum receber alguém ou então a gente ir na casa de alguém, na casa de alguma tia ou dos avós. Como era bom! Como era reconfortante este contato familiar, esta aproximação entre os grupos da mesma família.

Hoje em dia está muito diferente, as famílias parecem não dar mais valor a estes passeios em que todos de casa “tinham” que ir. Pai e mãe não deixavam as crianças e nem mesmo seus filhos adolescentes em casa porque eles simplesmente “não queriam ir”.

Tenho CERTEZA que muitos que estão lendo estas linhas estão pensando que isto é coisa do passado, que os tempos são outros. Realmente vive-se num outro tempo. Tempo em que o pai não pode ir passear porque ele quer assistir o futebol, a mãe porque tem que limpar a casa e lavar a roupa precisa secar, as crianças não querem sair de casa porque preferem mergulhar no mundo do videogame ou do celular, que para eles são itens muito mais atraentes do que passar horas conversando com seus primos. Eles dizem “fazer o quê lá? ”

Isto tudo ainda sem contar que alguns precisam descansar, tirar um soninho à tarde, único dia que dá para descansar. Descansar ou evitar o contato familiar, ou evitar aquele papo sem graça, como é comum a gente ouvir? Está um silencio melancólico no ar, não escuto uma criança dando risadas, brincando. Nem cachorro se ouve latir? Claro, porque até os cachorros parecem não ser mais cachorros, eles estão dentro de casa dormindo nas camas, de roupas, laços e comendo ração especializada. Virou gente. Não que eu condene os cuidados dispensados aos animais, não é isto, também temos um gato.

Para mim, estar entre família, ainda tem um valor muito grande, não consigo imaginar um domingo sem meus filhos aqui em casa, graças a Deus minha neta ainda diz: “domingo sem almoço com os primos não é domingo”. Isto é reconfortante, impulsiona a gente a ficar juntos todos os domingos.

Mas é isso, vamos deixar a melancolia de lado e tocar a vida em frente, curta sua família, seus tios, primos, avós enquanto você ainda os tem aqui, depois vai ficar só a saudade.

Um abraço e fiquem com Deus!

Maria Margarete Olimpio Ugioni