Dizer “não” é necessário?

Já conversamos por aqui sobre a importância da palavra “não” na infância, a fim de estabelecimento de regras e limites (Artigo na íntegra através deste link), mas hoje, vamos conversar sobre algo um pouquinho diferente: o não para o outro na vida adulta. Muitas pessoas relatam ter dificuldade de dizer não para as pessoas, seja para os filhos, cônjuge, amigos, pessoas do trabalho, enfim: é quase que uma tortura. Mas qual é o problema em dizer não?

Geralmente, pessoas que concordam com tudo acabam se sobrecarregando de tarefas – por não conseguir dizer não ao outro, assim, acabam acatando o pedido de todos. A questão é que, a cada sim que ela diz para aquilo que não queria fazer, é um não que ela diz a ela mesma.

Imagine uma bexiga: conforme vai sendo inserido ar dentro dela, ela vai se expandindo, e quando não há mais espaço suficiente para todo o ar: pow! Ela explode. É mais ou menos assim que acontece com o ser humano também: quando se sobrecarrega emocionalmente, o corpo emite sintomas de que algo não está bacana e que precisa de cuidados. Por isso é necessário dizer não!

Como grande parte das coisas em nossa vida precisam ser equilibradas, nossas atitudes também precisam ser dosadas. Não estou fazendo apologia a negar tudo o que lhe pedem, mas apenas para ponderar o que é bacana/possível de ser realizado e o que não é – o que deve ser negado.

Cada vez mais nossa sociedade impõe de sermos prestativos para os outros, e deixar-nos cada vez mais de lado. Cuidar do outro, e deixar o eu para escanteio, e isso diz muito sobre a dificuldade de negar o que o meio solicita. Podemos e devemos cada vez mais sermos protagonistas da nossa história, o que significa escolher o que queremos ou não fazer, seguir padrões sociais ou não, atender a tudo e a todos ou não: e está tudo bem com isso!

Dizer “não” vai muito além de recitar a palavra, e por isso é tão doloroso para algumas pessoas proferi-lo. Geralmente essa dificuldade vem acompanhada de muitos medos: de ficar só, de ser inútil, de não ser bom o suficiente, de perder algo ou alguém, entre outros que são particulares de cada um. É como dizer que você não está disponível naquele momento, mas você não precisa estar disponível o tempo todo, lembre-se: você é um ser humano!

A cada sim que você diz para aquilo que não queria fazer, é um não que você diz a si mesmo.

Há diferentes maneiras de dizer “não” que são mais suaves – viva a comunicação assertiva! Frases como: nesse momento não consigo realizar isso, estou ocupada e não poderei fazer isso agora… podem auxiliar nesse aprendizado. Mas antes disso, é bacana avaliar se você consegue perceber o que pode negar – há atribuições que cabem a nós, como no trabalho, por exemplo, em que cada colaborador tem sua função.

Verifique, pense, analise, e tente: é um exercício diário. Negar algumas coisas podem auxiliar a diminuir a sobrecarga emocional e iniciam o estabelecimento de limites para que o outro perceba quais são as responsabilidades dele e quais são as suas – independente da área.

Como discutido anteriormente, dizer não é necessário e importante, mas sempre na medida! Cuide-se e avalie o que é importante para você neste momento!

“A felicidade acontece quando, o que você pensa, o que você faz e diz estão em harmonia” (GANDHI, 1868-1948).

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