Dizem que a mulher é sexo frágil, mas que mentira absurda!

Sempre que preciso homenagear uma mulher neste dia dedicado a ela só me vem na mente duas mulheres fabulosas: minha mãe e minha sogra.

Ambas foram mães de doze filhos, trabalharam duro para ajudar seus maridos e criar seus filhos enquanto os homens ficavam a maior parte do dia fora de casa cuidando de negócios.

Minha mãe viveu seus primeiros anos de casada morando a beira mar, mais precisamente na região de Laguna. Meu pai comprava e vendia camarão e ela trabalhou muitos anos carregando e descarregando canoas com metade das pernas dentro d’água. Foi uma atividade que lhe trouxe muitos problemas de saúde mais tarde.

Voltando a morar em Criciúma, meu pai abriu um estabelecimento de carne e outro de peixe e novamente minha mãe precisou embarcar nessa também. Acordava de madrugada para atender a enorme fila que se formava em frente ao açougue enquanto meu pai chegava do matadouro com a carne – já contei em outros momentos que eu, pequenina, ajudava meus pais nestes dias de intenso movimento.

Lembro dela entrando e saindo da câmara fria carregando nos ombros peças enormes de boi e/ou de porco e suas crises de espirros porque era alérgica a gelo – parece piada não?

Minha sogra sempre trabalhou na roça, era ela que tomava frente de tudo, pois meu sogro ficava “negociando”, comprando e vendendo bois e porcos. Os filhos cresciam e necessitavam de alguém que os orientassem no trabalho da lavoura. Quando amanhecia o dia os enormes tachos de batatas já estavam cozidos para alimentar os porcos e as vacas já haviam sido ordenhadas, isto é, “tirado o leite”.

Amanhecia e anoitecia dona Amélia precisava dar conta de tudo, faça sol ou faça chuva tinha que ter comida na mesa para alimentar tantas crianças. Mesmo tendo trabalho na roça, meu sogro também foi motorista de ônibus, ele tinha mais essa outra atividade porque sabia que sua esposa era mulher de fibra, que podia deixar tudo nas mãos dela, que ela dava “conta”.

Como disse antes, as duas tiveram doze filhos, era um filho por ano praticamente, um ou outro que tiveram uma diferença maior de idade entre eles. E assim conseguiram criar seus filhos e posso dizer muito bem criados.

Preciso citar outras mulheres? Será que essas duas mulheres, Amélia e Dulce, não merecem toda a homenagem do mundo? Porém, tenho uma grande tristeza de não ter mais minha mãezinha comigo, ela já está ao lado de Deus como merecedora que sempre foi e por isso estou sempre que possível ao lado de minha sogra que recentemente festejou seus noventa e três anos de plena saúde e disposição para fazer sua lavoura de milho, feijão, amendoim, batata, aipim e outras coisinhas mais. Humildemente ela diz: “eu planto pouquinho porque quando o sol esquenta não consigo carpir”, que santa meu Deus! Que privilégio ter conhecido e fazer parte da família dessa mulher fabulosa. Um beijo nona!

Seguindo o exemplo de vida dessas duas mulheres, desejo a elas e todas as mulheres maravilhosas um feliz Dia da Mulher, o mundo é mundo porque existem as MULHERES!!!

Maria Margarete Olimpio Ugioni