Do cotidiano alheio

Durante o dia,
Perece sem querer,
Ausenta-se sem saber,
Das linhas não escritas,
Das palavras não ditas,
E em tudo aquilo,
Que parece pitoresco,
Ao olhos humanos!

Durante o dia,
Reserva-se a alegria,
Por alguns minutos apenas!
Pela reversa descrença,
Das ambulantes desavenças,
Que todos os dias,
Retornam a imaginação!

Durante o dia,
Vive-se o engano,
O leve estranho,
Sentimento de não pertencer,
Se se esquecer,
De torcer,
Para amanhã,
Acordar fiel a si mesmo!

Durante o dia,
As perguntam perpassam,
Vagamente pelo horizonte,
Despercebido,
Ou mesmo desacreditado,
Da resplandecência,
Que até ontem deixou,
Sua mente perturbada!

Durante o dia,
As coisas,
Tornam-se mais que coisas!
Na existência!
Da desrazão,
De tudo que não foi compreendido,
E padece junto do ser!