Como fica a renda variável em tempos de pandemia?

Certamente o ano de 2020 ficará marcado pela pandemia provocada pelo novo coronavírus. Além de afetar o sistema de saúde de todos os países, esse evento impacta também a economia das nações, fazendo com que, tanto governos quanto empresas tenham desempenho inferior ao esperado.

Por este motivo, é importante que o investidor tenha a consciência de que a crise modifica cenários, interfere na evolução de seus ativos e exige um novo entendimento para lidar com as aplicações, especialmente as de renda variável.

O que ocorre com a pandemia

Uma das medidas adotadas em nível global, tida como a mais eficaz no combate à propagação do vírus é a quarentena. Com as pessoas dentro de casa, a tendência é que o contágio seja menor e assim, tanto os profissionais quanto as estruturas de saúde tenham como dar conta da demanda por atendimento.

Essa é uma importante medida de prevenção à doença, mas acarreta uma série de efeitos colaterais para a economia do país, uma vez que as atividades que movimentam dinheiro e geram empregos precisam ser paralisadas.

Como consequência, a economia do mundo todo apresenta baixas perspectivas de crescimento. No geral, o momento exige paciência para o investidor porque a tendência é de dificuldades para as empresas.

Como a Bolsa de Valores é afetada

De maneira geral, a quarentena diminui de maneira considerável tanto a força de trabalho quanto o consumo em um país, elementos essenciais para o sucesso de qualquer empresa no mercado. Por conta disso, o chamado circuit breaker, recurso que faz com que as atividades da Bolsa sejam congeladas quando a queda é acentuada, já foi acionado seguidamente na B3 desde que a pandemia chegou ao país.

Ocorre que, quando uma pessoa investe em um ativo na Bolsa de Valores, ela compra participação em um empreendimento e a expectativa é de que lucre com seu crescimento. Diante do cenário atual, esse crescimento fica arriscado, uma vez que não se sabe por quanto tempo o atual cenário se estenderá. No geral, enquanto não for criada uma vacina ou apresentada uma cura para a doença, a tendência é de que esse ambiente de incertezas permaneça afetando as economias do mundo todo.

O quadro se torna ainda mais grave quando consideramos atividades que se sustentam apenas presencialmente, sem condições de serem transferidas para o ambiente online.

O cenário que se apresenta

Com as Bolsas do mundo todo sendo afetadas, é natural que a B3 também sofra neste momento. Além disso, provavelmente o PIB do país não terá um crescimento dentro do esperado, o que afetará a confiança dos investidores locais.

É importante ter atenção a empresas como a Petrobras e outras de protagonismo no mercado de ações, que tendem a apresentar um faturamento inferior em 2020, puxando para baixo os resultados da Bolsa como um todo.

Como proteger seus investimentos

O cenário não favorece a valorização dos ativos, o que exige calma. O investidor não deve agir por impulso, se desfazendo de suas ações antes da hora ou sem estratégia.

Ao mesmo tempo, o contexto de desvalorização dos ativos também pode criar boas oportunidades para quem pretende se inserir neste mercado pensando no longo prazo. Pode ser um momento interessante também para quem deseja aumentar seu portfólio, afinal, ainda que essa crise seja longa, a certeza é de que ela vai passar e que a demanda voltará à normalidade.

Nesse sentido, o mais importante é que o investidor avalie a capacidade que a empresa na qual investe tem de suportar o momento ruim para prosperar em um futuro próximo. Grandes companhias tendem a suportar melhor essa fase do que empresas pequenas.