Combate ao suicídio é tema de capacitação entre profissionais da saúde e educação

Movimento Abrace Uma Vida visa a diminuição de casos de suicídios 

Integrantes dos setores da saúde e educação da região estiveram reunidos nessa terça-feira, dia 26, na Associação Empresarial de Criciúma (Acic) para uma capacitação. A iniciativa é do Movimento Abrace Uma Vida – articulado desde o primeiro semestre deste ano no combate ao suicídio por meio da prevenção, orientação e percepção.

As orientações foram repassadas pelos membros do Núcleo de Prevenção às Violências e Promoção da Saúde (Nuprevips), da Associação Criciumense de Apoio a Saúde Mental (Ceres), do Centro de Valorização da Vida (CVV), do Instituto Médico Legal (IML) e da Associação Espírita. Foram explanados os números envolvendo os casos de suicídio na região, o que fazer com o paciente e para quais locais ele pode ser encaminhado.

De acordo com o coordenador regional do CVV, Paulo Borges, todos os anos 800 mil pessoas morrem por conta do suicídio no mundo, sendo que em alguns países esta é a segunda ou a terceira maior causa morte entre jovens de 15 a 24 anos. Além disso, a cada 40 segundos uma pessoa comente suicídio e para cada caso cinco ou seis pessoas sofrem consequências emocionais, sociais e econômicas. “Diante destes dados é importante que se discuta o assunto, que se divulgue os locais de prevenção e que toda família fique atenta na percepção desta doença dentro de casa”, frisa Borges.

Desde 2013 foram mais de 40 casos de suicídio por ano na Associação dos Municípios da Região Carbonífera (Amrec). Somente em 2011 foram 50 mortes e neste ano, até o dia 20 deste mês, são contabilizadas 25 ocorrências. Conforme o perito do IML de Criciúma, Almir Fernandes, em 2014, no período da Campanha de Valorização à Vida, houve uma queda no número de casos e um aumento na procura de serviços como o CVV e a Nuprevips, o que prova que é necessário a divulgação das redes de atendimento para este paciente.

“Durante a campanha tivemos 41 dias seguidos sem nenhum registro de suicídio, ou seja, salvamos vidas no período em que houve a divulgação desta doença que é uma questão de saúde pública”, frisa Fernandes. O Movimento Abrace Uma Vida, que tem a articulação da Acic, objetiva dar continuidade a campanha iniciada há dois anos. No entanto, segundo a coordenadora do Nuprevips, Ana Losso, a mobilização deve ser contínua e não apenas por uma campanha. “Com isso damos continuidade ao trabalho para fortalecermos o combate ao suicídio”, destaca.

Estiveram presentes na capacitação os demais componentes do Movimento Abrace Uma Vida, como: Guarda Municipal, Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), Policias Militar e Civil, Corpo de Bombeiros, Centro de Atenção Psicossocial (Caps), Gerência Regional de Educação (Gered), entre outras instituições.

Locais de prevenção:

Núcleo de Prevenção das Violências e Promoção da Saúde (Nuprevips) – 3431-2764
Associação Criciumense de Apoio a Saúde Mental (Ceres) – 3437-3655
Centro de Atenção Psicossocial (Caps III) – 3443-7870
Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest) – 3437-3419
Secretária de Saúde de Criciúma – 3445-8400
Centro de Valorização da Vida (CVV) – 141 ou 3439-0222

Mitos e realidades sobre suicídio:

Mito: Só acontece em classe social baixa.
Realidade: Errado! Acontece em todas as classes sociais, indistintamente.

Mito: Quem quer praticar suicídio, não avisa.
Realidade: Errado! A grande maioria está pedindo ajuda e dá pistas.

Mito: Todo suicida quer morrer.
Realidade: Errado! Ele quer parar de sofrer, não quer morrer, quer solucionar o seu problema.

Mito: Quem tenta suicídio é corajoso ou covarde.
Realidade: Nem um, nem outro, mas é a única solução que ele vê para solucionar o seu problema naquele momento.

Mito: Quem já tentou suicídio, vai tentar outras vezes.
Realidade: Verdade! E poderá até conseguir, mas se alguém lhe escutar, poderá desistir da ideia.

Mito: Deprimidos. Hereditariedade, alcoólatras, drogados, doentes mentais são pessoas de riscos na tentativa.
Realidade: Sim, na maioria dos casos, mas nem sempre! Qualquer pessoa pode ser um suicida em potencial.

Mito: O perigo passou, quando não ocorre a morte.
Realidade: Errado! Devemos ficar em alerta! Pode ser que a aparente tranquilidade após a tentativa seja pelo fato de já estar decidido e já ter escolhido uma forma mais efetiva para fazê-lo.

Mito: Quem ameaça não faz.
Realidade: Errado! Faz sim, todo tipo de ameaça deve ser valorizada como: bilhetes, pequenas frases, deixar de fazer o que gostava, ficar fechado em si mesmo.

Douglas SaviatoCombate ao suicídio é tema de capacitação entre profissionais da saúde e educação
Combate ao suicídio é tema de capacitação entre profissionais da saúde e educação
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