Cassinos: ministro do Turismo mantém ambiguidade

POR REDAÇÃO PORTAL VENEZA

 As declarações do ministro do Turismo, Marcelo Antônio, durante uma palestra no Fórum Panrotas, em São Paulo, no passado dia 20 de março, mantêm um cenário de ambiguidade sobre os efeitos da liberação dos cassinos para o setor turístico no Brasil.

A única coisa que é certa, no momento, é que os jogos continuam proibidos e não deverão chegar tão cedo. Quem quiser acessar jogos de caça-níquel, blackjack e outros, e concorrer a prêmios a dinheiro deve entrar no cassinosbrazil.com.br e procurar as opções de sites estrangeiros; são esses que dão garantias de confiabilidade, se estiverem registrados em seus países de origem.

“Não tem ambiente”

O ministro deu um passo em frente e outro atrás, e esse é o ambiente que receamos que possa levar àquela situação de compromisso que deixaria Santa Catarina para trás.

Marcelo Antônio declarou que “é inevitável” que o Brasil venha a ter cassinos em resorts turísticos, pois “95% do mundo tem” e não se justifica que em nosso país seja diferente. Essa é uma posição de pragmatismo e realismo que vai muito de acordo com o que o presidente Bolsonaro sempre falou durante sua campanha eleitoral. Entretanto, ele falou também que o assunto “não é prioridade” para o governo. Antônio acrescentou mesmo que, por agora, não existe “nenhum posicionamento” do governo federal nessa matéria.

Mas o ministro deixou outra afirmação importante: a de que “não tem ambiente” para a liberação de cassinos que não estejam integrados ou relacionados com “esse tipo de empreendimento hoteleiro”. Isso vai de acordo com o que Bolsonaro falou também durante a campanha eleitoral, principalmente naquele famoso vídeo dizendo que era mentira que ele estivesse planejando a liberação do jogo.

A solução híbrida

Ainda não se fala abertamente nela, mas está parecendo o grande “bicho” que todo o mundo vê e ninguém fala. Se “não tem ambiente” para liberar os jogos de azar, se a maioria que elegeu Bolsonaro está contra; mas se, ao mesmo tempo, os cassinos são necessários para estimular a economia e não queremos perder o investimento que está pronto a cair, a solução intermédia é liberar caso a caso. Um cassino resort no Rio, mais um ou dois em São Paulo, e todo o mundo fica contente. Os jogos não foram liberados, Marcelo Crivella pode defender junto de seu eleitorado que conseguiu uma grande vitória para a Cidade Maravilhosa, o investimento não se perde e o setor turístico do Rio e de São Paulo ganha um novo impulso.

Quem perde? O resto do Brasil, e principalmente o Sul, que vê o turista ir até à Argentina e ao Uruguai e agora vai perdê-los também para o Porto Maravilha (a zona do Rio que Crivella quer vender à Las Vegas Sand, de Sheldon Adelson) e o Anhemi (no que se diz que poderia ser o novo cassino resort paulistano).

Esse tema, definitivamente, não pode sair da agenda de Santa Catarina e do Sul, sob pena de, mais uma vez, ser cometida uma grande injustiça econômica e política, disfarçada como uma medida contra o vício social do jogo.