Nas últimas semanas, alguns acidentes envolvendo ciclistas e motociclistas foram relatados ao Portal Veneza. A população de cachorros de rua vem crescendo no município e relatos de ataques a pessoas estão aparecendo com bastante frequência. A situação é agravada pelo abandono de animais e por não ter um local apropriado para abrigá-los.
O problema se tornou crítico em quase todos os bairros de Nova Veneza. Na área central, na principal rua comercial do município, a Rua dos Imigrantes, próximo à agência da Caixa Econômica Federal, uma dupla de cães têm atacado e machucado motociclistas e ciclistas que passam pelo local. Comerciantes também reclamam que há clientes que deixaram de frequentar suas lojas com medo dos animais. As fezes deixadas pelos bichos também tem incomodado as pessoas.
Neste ano, foi aprovada uma Lei Municipal que tem por objetivo o controle populacional de cães e gatos através da identificação, cadastramento e castração. Porém, conforme o presidente da Fundação do Meio Ambiente, Juliano Dal Molin, esse projeto tem medidas mais efetivas para longo prazo.
“Hoje trabalhamos focados nos casos de maus tratos, na castração e na fiscalização de abandono. A conscientização do problema do abandono demora um pouco para ter o retorno imediato. O principal problema é que não temos um local adequado para deixar esses animais. Hoje contamos com as adoções para tirar eles das ruas”, falou.
A presidente da ONG Mapa, Herica Felisberto, comentou que o motivo do número de abandonos aumentar é que quem pratica o ato, sai impune. “A sociedade ainda não vê esse crime como algo que vale a pena denunciar, pois não se importa com o sofrimento desses animais. Porém, a mesma sociedade se sente incomodada com as consequências e busca com o governo e com as Ong ‘s uma solução imediata. Essas pessoas também precisam se sentir responsáveis em fazer parte da solução”, afirmou.
Quanto às medidas aprovadas por lei neste ano, conforme a presidente da Mapa, os efeitos serão perceptíveis em 10 anos, com a redução de animais nas ruas. Ainda conforme a presidente, a Ong é vista muitas vezes como “catadora” de animais, porém o trabalho dos voluntários se restringe a castração, através de multidões ou através de parcerias privadas.
Por Flávia Bortolotto e Willians Biehl